Bocejo vagabundo

Data 29/09/2010 00:59:23 | Tópico: Poemas -> Sociais

A língua confrange-se, seca no palato
Os olhos saltam a qualquer estímulo
Há um rasto podre no contentor do lixo
São cascas e ossos, restos animais
A cena é de fome, o bocejo… o acto

O sono não chega, o estômago late
No jardim, o banco já está ocupado
É o cão vira-lata, rafeiro de raça
A cacimba cai e aquece-lhe os ais

A cena é de fome, o bocejo…o acto
Não tem pedigree
Só passou por aqui…


Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=153014