À Florbela Espanca...

Data 03/10/2010 16:13:22 | Tópico: Sonetos

Perdoe amada minha, por estar tão triste,
Não sabia da vida tua; eu a ignorava,
Bateu-me hoje à porta, dedo em riste...
A dor! E nem viu, quanto eu chorava!

Revi em mim, teus pedaços dispersos,
Estavas tão frágil! Tentando reuni-los,
Juntei-me a ti, catando outros versos...
E, vi que os beijavas então; a uni-los.

Peço-te perdão, por toda humanidade!
Se te apraz, tomes por tua, a saudade
Que se fez ninho, refúgio das tristezas...

Morada definitiva de amores negados
Chávena balsâmica, aos desesperados...
Que na vida recolhem; só as asperezas.

Del 13/12/09




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