luso-poema

Data 04/10/2010 19:07:47 | Tópico: Poemas

É isso aí...
eu sou a máfia
a puta
o cão

“intelectual” até mais não

ou se quiserem :

a loura,
a burra
que urra

a toura
na arena
sem perdão
a que não doura
a pílula
seja inverno,ou verão

mas vai pintando flores pelo chão

a que está pronta p’rás farpas
e para os anjos com harpas

a que faz parte da cena

a que querem ver comentar
mas não querem ver comentar

a que lêem
ou talvez não

a que vêem
no céu,lá do céu
ou no chão,cá do chão

ou sequer olham

mas tanto faz

porque a esperteza
é da saloia
servida à mesa
da língua portuguesa
e do que com ela se faz

a que se diz pensar
e se ousa até partilhar
( ai, a estúpida da mulher...)

mania que é fina,
a menina .

ou a velha,
que é até feia
(quem disse que era bonita?!)
dizem que é boa...pessoa
é má como as cobras
Oh,é só uma parva ,armada em artista!
se calhar
até é da C.I.A, a vigarista...
aquela que é como um gato,
e espia e mia à vez.

a que deus fez
a que faz fita
a que está frita

a que é hipócrita
uma fingida
(toda caótica)

ditadora!

ou até,
só paranóia...

toda eu

manipuladora
sim, senhora
está na cara
que o que quer é atenção

egocêntrica!

e o que mais lhe quiserem chamar
olha,excêntrica:
porque não?

e o avião?
não o viste agora mesmo
a passar?
(sou dele o rasto.)

sou o pasto
a vaca
o medo

o segredo
que imaginas

a inveja
a ignorância

a ganância
o ciúme
o cume

o cúmulo

o poder
o querer

a podridão
a tentativa

a vaidade
a insegurança
a criança
cativa
a cair de madura

ah, coisa dura
ah, coisa pura

oh, objectivo a alcançar

o problema
e a solução
a preserverança
a quantidade
o tamanho
o tempo
o espaço
a hora
o senão
o limite
da capacidade
que se acredita ter
o saber
o não saber
o querer lá saber
o tesão,
o emblema

o Luso-Pu...ema!

a cereja
em cima do bolo

o grande-pequeno tolo

o pu-dor

com ou sem
cheiro e suor

e o despudor
de te falar
sem papas na língua
seja lá o que for
mesmo que seja um horror
fingido ou achado
espantoso
espantado
mal escrito
ou não

é meu todo o ridículo
minha toda a vergonha

do testículo
e da langonha
do versículo

e do erro ortográfico

...é grave?

e o palavrão?

e a palavrinha?

e a imagem que trazes na tola?

que não te trave ela
o riso
ou o ódio
a lamechice
a ideia-chave
a construção

a sintaxe
da intenção

a insensatez,

obsessão,
descaradez,

a idiotice
e a mesmice

a invenção
ou a caretice
a união calculada
na intervenção

e a petulância?
a arrogância
a estupidez

na guerra,
na paz

tanto faz.

e a regra?
a que se quebra
e a que se faz
e se renega

ó meu deus,
o satanás...

a fala-barato

palavras caras
ninguém as percebe

o exagero,
a manha
o erro

a sedução!

e as simples?
também não.

a cega
a cabra
com olhos
que agora vive,
agora jaz

a façanha

a experiência
o amor
o negócio
o ócio
a cadência
da dor

a publicidade!

equinócio
e solestício
da mentira e da verdade

as luzes a piscar?
são reclames
não te alarmes...

o relativo
absoluto
da certeza

o puzzle
a convicção
acesa

a fé
a paixão

ah,pois é...
a pobreza

a morte
a ambição
o slogan
a carência
a solidão
o estrangeirismo
visto de lado
e mais de machismo
ou feminismo

besta ao quadrado
surrealismo
ultrapassado

o “salve-se quem puder”
ou o “prefiro morrer.”

a linguagem
a imagem
o que comunicamos

o desencontro total
a moral
o veneno
o ser assim tão pequeno
e mesmo assim
querer voar

ou o tanto que nos amamos

a teia
a trama

o que é “normal”

a fama
a chama
a lama

sofreguidão

o prémio
o castigo
que persigo

a minha luta interior

a lua
a serpente
a palavra
latente
misteriosa
e o que
quando rebenta
parece trazer
em emoção

a aparência
a surpresa

o enorme tédio
o remédio
o entardecer

a gaja nua

a vida crua
e o modo como a vestes
a ética
e a estética
o absurdo
de tudo

o castigo
e a semente

as preces

a demente
humana

evocação

a que sim
também sente

mas agora não

ou a humana,

simples?
mente.

a que escreve,
mas não,
não diz nada

e muitos pintam
na sua verdade

é natural,
fazem desenhos
desde criança
os olhos mudam,
e muda o aspecto
do que eles vêem

mas tudo é tão recto:
o sentimento
determinante
não é constante.
nada mais certo.
e a razão só atrapalha
mas o pensamento não

pensa amor
a que vos olha
a que se olha
a que se encontra
a que se perde
vezes sem conta

a que muda
sem qualquer medo
e se entristece
e se alegra

sem sequer se entristecer

a que escreve da distância
depois do perto conhecer,
mas que está sempre a rever

a que não para.

e a que às vezes,insensata,
até dispara.
dispara palavras
e escreve, escreve...
coisas em vão
mas depois ,fica cansada,
para alívio de todos,
e também para.
ou talvez não.

só que ninguém
lê aqui mais

nada!



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