
Vultos
Data 09/10/2010 23:46:55 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Assegurei-me que te sacudirias Tão breve quanto a luz que nasce dos teus olhos E sim, chegaste tão tu Tão somente virgem e inalterável E eu, fiquei a ouvir-te Sentada no morro que me sufocava Reorganizando-me E concentrando-me Nesse sonambulismo grotesco Nessa masmorra sinuosa Onde as ideias te sangravam a mente
Galguei muros, e imbui-me de foros novos Mas não atingiste a verdade dos meus olhos E caíste do alto Como pedra acossando os lobos E abalaste pelos matagais Adentro de uma imensa conjuntura Onde os momentos se declinam Por verem um mundo inteiro a cair no vazio
Por fim assomaste-te o inverso da única certeza Que há em nós Militantes de uma guerra há tanto tempo esquecida
Mas eu não me evadi Queria saber de ti Entrar no teu círculo Saber-te na tua fantástica viagem Aos confins de um mundo Que já foi teu E que agora me queres doar Sem dívidas a cobrar
Confundi as cores dos teus olhos E não atingi a tua verdade Aquela que rolava pela tua face rubra De ódio contido onde os vultos se escondem
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