Nexo de causalidade

Data 10/10/2010 23:09:35 | Tópico: Poemas


Olho para trás na miríade do que sou,
Recolho peça a peça do puzzle que compus,
Olho de frente o passado, como corrente desalinhada
Sustenho o fôlego no paroxismo da incerteza,
Na razão dúbia do que fui e do que quis ser.
Abri a enxada, cada caminho que percorri.
Guardo nos alforges que se despojam já velhos
As lembranças dos caminhos que quis percorrer.
Na ânsia de ser o homem novo fui trajecto, fui caminho,
Subida íngreme, plano descendente, rota marítima,
Coordenada geográfica, escadaria de santuário enfim.
Sou agora o beco do desencanto em rua que começa
Sem placa toponímica.




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