Máscaras da insolência

Data 12/10/2010 00:25:23 | Tópico: Poemas

As paredes jazem hirtas
Referindo o silêncio
Sem nada contraporem

Paredes sem suas janelas
Órfãs de todas as portas
E de tantos outros conceitos

São tornadas malditas
Pelo cálido calafrio
Com que ao sentir ferem

Elas que foram tão belas
Hoje estão por demais tortas
Repletas de cruéis defeitos

Paredes de tantas efemérides
Nos encontros de amantes
E de muitos negociantes

Elas que ostentam as lápides
Das eternas melancolias
E outras constantes frias

Robustas placas inertes
Que presenciaram vivências
E muitas outras eloquências

Paredes de todas as vestes
Total êxodo de inocências
E espelho de tantas violências


António MR Martins

2010.10.11



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