À MARGEM DA SOCIEDADE!

Data 12/10/2010 21:51:20 | Tópico: Textos

A sociedade de mim se fez prenhe
da gestação aos nove meses, me pariu
ou melhor, simplesmente me abortou...

O seio da família me banalizou
sou moleque solto ao vento
da liberdade bem conheço o tormento
fui lançado ao perverso cotidiano

minha profissão, furtos
quando não, assaltos...
meu vicio era sorver cola
isso me deixava alheado da realidade
mas por ventura, esse vicio abandonei...

Fui apresentado ao acintoso e destruidor “crack”
sou faminto, maltrapilho e às vezes agressivo
sou o veiculo do trafico, mas, ainda sou criança
e tenho um estatuto que fala de proteção, educação...
no entanto só conheço descaso, omissão.

O dia das crianças conheço como lucro dos comércios
mas gostaria de pedir a mãe sociedade um presente...
pode ser revestido em papel de seda e laço, ou simplesmente
embrulhado em folha de jornal, mesmo assim ficarei feliz!
o futuro agradecerá meu presente... DIGNIDADE!

Lufague


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