O mundo de Portugal

Data 15/10/2010 19:01:34 | Tópico: Poemas

I - A Conquista

O mundo é um rebento,
na esfera cresce lento,
enquanto espera o fruto
a cada era que floresce
de novo nasce um alento,

crescendo desde há milénios
lutando com e contra os ibérios,
com a língua que cria prosseguia,
cantando, por terra e mar caminhos
ganhando territórios e soberania,

com astúcia, perícia e tanto empenho
em conjunto viria a mudar em muito
o mundo, até então sem igual, o seu tamanho,
não fosse o amigo de Peniche maior seria,
para o bem e para o mal a nossa sina,

Nortenho, Sulista, Timorense,
Luandense, Mirandês,
Portugalego Ou Macaense,
pronuncias, variantes ou dialectos
que soam todos o mesmo eco,

que da saudade e do Fado,
só Ele tem o significado
e o consenso neste seu todo imenso
desde aquém a Além Lusa
...os vive e usa em espírito intenso.

batalhando as feras marítimas
nos sete Mares prolifera
com cinco Chagas de Cristo,
de fundo azul e branco,
um Escudo e uma Esfera,

quatro Dinastias,
sete Casas Reinantes,
trinta e cinco Reis e Rainhas,
sete Castelos, cinco Quinas,
com a cruz nas velas pelos cinco Continentes.

II - Os Feitos

Portugueses, Pombos-correio todos esses (S. F. Z.),
primeiros na circum-navegação
e na viagem sobre o azul
do Atlântico Sul de avião,

o pioneiro da abolição da escravatura
e da pena de morte foi Portugal,
de poderio sem sorte e sem fortuna
o primeiro e ultimo Império colonial,

Reino sábio Marinha de coragem
inventa o Astrolábio e a Caravela,
foi pioneiro da Globalização
e deu ao mundo mais janelas,

interpreta os ventos e as estrelas,
enfrenta os medos do mar,
conquista territórios alem-mar
...como o passo lunar,

da matemática fez a esfera-espiral
e a ainda igual
carta náutica em latitudes
...a Lua seria Lusa se não fosse a altitude,

primeiro no achamento:
do caminho marítimo á Índia
e da Europa em expedição
ao Tecto do Mundo na Ásia,

deu a volta a África,
do Norte ao Sul na América
e chegou á Oceania,
pois mais não havia no Planeta
tanta já era a conquista feita.

III - O Desejo

Há-de sentir Dom Duarte Pio
uma forte afinidade,
há-de vir Dom Afonso seu filho
da bruma com a idade,

com o seu povo orgulhoso
o mais bravo e corajoso
que deu cravos á liberdade,
e fez da voz a identidade.

Luísa Todi foi a cantora
para a eternidade e amada
lá fora por Barões,
cá dentro a poesia cantada,

que de Camões a Pessoa
da fala entoa tantas palavras,
lavra até ao pormenor sentimentos
que só nós melhor entendemos.

Holandeses, Franceses, Ingleses e Mouros,
com Viriato correu Romanos,
injusto para com os Judeus
e a Padeira os Castelhanos.

Do virar da pagina que se agita,
descontente faz barulho, grita,
da honra constante já vivida
não sabe a escrita pretendida,

nem governa desde o homicídio
o maldito Regicídio em vão,
devolvão El-Rei que é seu
como sempre foi desde o principio,
já Olivença se perdeu.

IV - O Fim Já Tadio

O retornado foi despatriado,
com medo e sem nada fugia
de quem quis ser libertado
e disse não á dependência,

navagão barcos assim
no mar ao contrario,
um dos símbolos do fim
de tão vasto Império,

gentes que regressão
em Barcas carregados
nas vagas são Fados
emocionantes.

Recuperando no cais de outrora
a magia abandonada,
faltando somente agora
a Monarquia inacabada.

Do mar e da serra,
corpos enterrados,
mortos da guerra
ainda hoje lá deixados,

historia que deveras
nunca mais encerra
esta sua espera
do regresso á terra,

e a Rainha Dona Amélia
o final das glorias
de tão antiga Família Real,
da epopeia multicultural
e tantas outras vitórias.

V - O Principio

Por hora aguenta
enquanto canta o Hino,
de quem só de longe
o sentimento é divino,

como quem insiste na crensca
da viagem ao alem,
crente que reza á Virgem
para ter boa passagem,

mas se existe só no Homem
o crer ter a vontade!
o que Lhe deu a coragem,
sorte e igualdade!

a Aparição, Deus ou Anjos
nunca foram vistos,
Cristo jaz e já só são justos
a paz e os Mandamentos.

Quer cem anos falecer,
nesse dia o retorno,
na terça-feira, 5 de Outubro
de 2010 ao amanhecer,

Sua Majestade Fidelíssima
El-Rei de Portugal,
a altíssima presença encarnada
da jornada fenomenal,

torne a viver no trono
e aparecer de novo a Portugal
o povo uno e em torno
pois do que sempre foi afinal
o seu unico destino.

VI - O País

Partem dos pedaços mais belos,
das calmas planícies alentejanas,
Geres, Buçaco, Arquipélagos,
de silêncios de paisagens longas,

pico e estrela as mais altas,
rochedos ao alto nos rios,
nas margens o carril dos comboios,
o mar á volta e as praias.

Emigram mas não é por serem tolos
têm Catedrais majestosas, Palácios,
Fortes ás portas do país,
Igrejas, Antas E Castelos,

os símbolos da sua raiz,
da tralha á batente com rigor
a maravilha e a dor talhada á milénios
por génios em todo o seu esplendor.

procurou estar bem consigo próprio
dentro do possível á época,
e encontrou entre os povos o comercio
e a sensível riqueza da mãe natureza,

plantadas nas ilhas Atlânticas
são a beleza de todas as partes terrestres,
as flores e plantas da Madeira e dos Açores
que de tantas conquistas são louvores.

Nem Cristo nem Baco
No invento do liquido ouro,
bago só trabalhado
pelas mãos do rio Douro,

bebe-se pelo mundo fora
o que desta terra vinga
da fruta da videira,
a vinha com a fama mais antiga
no bom vinho da Madeira.

VII - A Falta

Recusa ficar calado
nem que seja por pensamento,
na luta usa corpo e espírito num todo
contra a ditadura por estar farto,

até á conquista por um principio
que deu demasiadamente alivio,
a gente mais sortuda e que mais fez
durante o século XX Português.

Temos quinhentas mil palavras
e damos paulada a tal mérito linguístico
com exepcao ao grupo cientifico
todas as outras sao rafeiras,

importa ás tontas as estrangeiras
se as do mundo Lusofonico,
como a pronuncia Brasileira,
são de som musical magnifico.

Tanta ironia furtiva se come
sem ninguém mastigar a politica,
é vê-los com cara cínica
a cada discurso e eu já com fome,

ás vezes parece uma caldeirada
do que sai dessa gastronomia,
na minha mesa não dá entrada
só se á cabeceira volte a Monarquia.

Bartolomeu Dias não desistio,
insistio e conseguio vencer
ao passar o Cabo Das Tormentas,
fraco presistio mesmo farto de perder,

não fosse Portugal que por ser teimoso
o mundo globalizou,
esperando ansioso a mudança,
enquanto há Herdeiro ao Trono
há Boa Esperança.

José Maria Afonso (Pseudónimo)



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