O Encontro

Data 21/08/2007 13:58:53 | Tópico: Poemas

Nunca imaginei esse mero encontro,
Ainda mais da forma com que ocorreu.
Foi surpreendente e assustador,
No momento o chão estremeceu.
Perdi o chão, perdi a calma,
A alma congelou e o tempo mudou.
A angústia tomou conta de mim,
E não sabia o que fazer.
As palavras teimavam em não sair,
Um nó na garganta me fez estremecer.
Ouvi a sua voz, era muito inesperado,
A alma arrepiou, parecia morrer.
O coração ferido muito sangrou,
E a sensação estanha me matou.
A mágoa é tão intensa,
A angústia é muito fria.
Singela seria uma calmaria,
No meio desse temporal.
Um trovão de emoção,
Que não cessa e me faz mal.
Como eu queria ali desaparecer,
E daquilo não fazer parte.
Eu parecia enlouquecer,
Só do fato de me olhar.
Era inesperado demais,
E meu mundo ficou distante.
No momento as palavras não existiam,
Só se ouvia os carros passando,
As pessoas a volta conversando.
E ali, era apenas minhas lágrimas,
Que pelo meu rosto estavam rolando.
Suspiros de dor, amor incubado,
O choro era o meu refúgio.
As coisas que devia ter falado,
Fugiram de minha boca.
Esse desprezo que me faz,
Está a me deixar louca.
De você poucas palavras ouvi,
De mim, melhor eu nada falar.
Essa angústia que eu senti,
É pela sinceridade de te amar.
Te amo sim, mas sinto ódio,
Um ódio que é mágoa.
Que se torna ferida com ópio,
Me deixa como a água.
A mesma que escorre dos meus olhos,
Essas lágrimas vem com sangue.
Que o coração não mais segura,
Um perdão de alma no tanque.
Tanque de guerra de pura amargura.
Tudo isso me faz perceber,
O quanto és importante pra mim.
E ainda tento entender,
Porque é que me tratas assim.
Sou parte de ti,
Não tem como negar.
Fui feita de ti,
E seu sangue me faz recordar.
A mistura que se foi feita,
Há muitos anos atrás.
Se tornou numa seita,
A mulher que luta com gás.
Essas lágrimas duram pela noite toda,
E é outro ombro que me consola.
Me faz muito mal,
E não te culpo por isso.
Tem coração de animal,
O meu amor é preciso.
Eu não te odeio,
Eu juro.
Mas me deixas a sangrar,
Com esse encontro do nada.
O coração muito vai chorar,
Com essa vida toda errada.<br />.
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Vou explicar esse poema....
Ontem a noite, encontrei-me casualmente com meu Pai.
E foi assim que aconteceu.
Só não sei porque, nem como ele me encontrou, no meio da rua quando eu voltava da faculdade.



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