21h16... Em Círculos

Data 18/10/2010 19:53:27 | Tópico: Poemas

[Em círculos convergentes caminho...]

Eu pisoo a terra antiga e a nova,
o pó fino sob os meus pés
vai marcando, demarcando,
os vários caminhos onde andei...
O pó aponta-me rumos que, todavia,
sei bem que não seguirei...
O vento é o esquecimento...

Os amores... quantos, quantos!
As emoções dos encontros -,
os renovos - os pés lavados
nas águas frias que descem
dos morros enluarados...
O Ontem era promessa de infinito,
o meu rosto era límpido para o novo!
Mas o Hoje, é cerca velha, caída,
tombada, enferrujada, sob a mesma lua...
Sonhos do emigrante que já não são nada...

Mas... é em círculos que eu ando;
círculos convergentes para o ponto
onde a imagem some, e nem o ser,
antes sôfrego, ansioso, não é mais.

[Repito, n-ésima vez: só instante do gozo
faz desmoronar o sentido do tempo...
O resto é nada, é rendição aos outros...]

[Penas do Desterro, 14 de outubro de 2010]



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=156088