Janaína

Data 21/08/2007 19:26:25 | Tópico: Poemas

Beleza nua de contornos tão leves, imperfeitos e lindos
Assim como a areia fina imita a cor da tua pele
Céu e mar se confundem em um único azul da cor dos teus olhos
A brisa tem o frescor do teu hálito úmido e quente
Como os cumes altos da serra no horizonte deste cenário
Tuas protuberâncias vistosas ascendem ao infinito

Personificação da beleza moldada em carne e osso
Tua voz se faz como o som de tuas águas
Variando entre cristas e vales de uma mesma onda mansa
Teu canto, sereia, chega às minhas conchas e me perco
Confuso entre as correntes: ora frias, ora quentes de teu amor
Navego sem bússola em tua direção, meu Cruzeiro do Sul

Tu és, como somos, fruto do teu lugar
Não poderias vir de outro lugar senão daqui
Deste remanso pitoresco, marejado e salgado
Destas águas ondeantemente turvas e calmas
Onde repouso e amanheço embalado por teu vai-e-vem
Onde nasço e morro a cada reencontro

Eu me entrego em oferenda a ti, ó iemanjá
Ou me carregue para suas profundezas,
Ou me deixe padecer em tua praia
Mas me afogue
Pois não suporto a idéia de não seres minha
Tu és praiana


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=15609