
para vossa majestade
Data 18/10/2010 22:00:57 | Tópico: Poemas
| olhem-me, escribas da futilidade reparem como faço opinem se souberem que as pedras riem-se para mim se falo delas o sol se brilha tanto sou eu que o ilumino com a clareza do meu olhar a noite ao ver-me é toda vénia de luar a meus pés calcando todas as palavras em doido arrebatamento deito-me nelas em sussuros de penas a repousar na terra arada bizarras as vistas mal me vêem eu sou a lua vermelha que pintei com as minhas pestanas doiradas de sentidos só meus sente-me cada verso solto dos meus dedos no tingir do astro com o rouge do meu olhar num fogo extenuado reconheçem-me as almas na distracção de todos os passos que me encaminham ao parto pinto-vos eu ainda feto os silêncios de espanto nas paisagens luxuriantes que se vergam a mim sim, riem-se as pedras que meto ao bolso do vento a naufragar borboletas de azul nas minhas magas mãos sou o mar inteiro na praia do pensamento divino o ventre da poesia de onde nasço inteira exausta da minha própria criação sou o poema graal da palavra majestade coroada em infinda adoração.
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