
Noite Ávida
Data 20/10/2010 06:41:14 | Tópico: Poemas
| Solidão muita Escuridão a dentro Escuridão há Lá dentro Nessa terça asséptica Que me pesca Eu mordo o anzol do silêncio
Por decisão urgente Hoje Eu preciso Me embriagar de saliva Na fonte E bater nas curvas
Nas mãos há luvas Cirúrgicas Acadêmicas Me isolando Que rasgo e atiro Lá fora Contra a janela Onde espero Esfolar Meus pelos E abrir Meus poros
Nessa terça estúpida Plasmada de tesão Sem uso Que me implora a chupar seus seios Até formigar a boca Fazendo o corpo ser Deixando marcas Criando luas Cálidas Crescentes Expostas
Além do vazio No quarto A vida inteira Nua Eu quero Quero anular o que me impede De ser inteiro Com ela E avivar a natureza morta Excitando o concreto No chão
Quero gozar nos prédios Nos muros Na cara dela Chocar os paralelepípedos Despir as ruas Lamber os carros Ungir suas coxas com porra Fincar os dedos Na noite Nas ancas E dominá-la E comê-la sem mastigar Com o pau com os olhos com as mãos Com os versos Arrastando a madrugada Pelos fios dos postes E dos cabelos Emaranhados à noite Arrepiada E ávida De suor E sexo
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