incandescente

Data 22/10/2010 14:53:14 | Tópico: Poemas



A noite. A cidade. Os passos. Os nossos passos.
Engolimo-nos na cidade desta noite.
Fizemos do tempo sofá.

Ainda trago nas mãos o cheiro das horas que abraçamos.
Nos dedos todos os segundos. Contados. Acesos.
Na palma da tua mão o meu rosto, esculpido nas palavras que dissemos.
Soltas.
Sem outro significado que não o que os sentidos colheram.
Mesmo naquelas que não dissemos e que os olhos atiraram para dentro do corpo.

E o tempo - no sofá. À espera.

O relógio acordou.
Mostrou-nos que as horas também abraçam. Os minutos. Os segundos.
E outras e outros virão.

Só os dedos das nossas mãos sabem se irão ser contados.




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