SEM CÉREBRO. SEM DOR.

Data 23/10/2010 20:50:21 | Tópico: Poemas


SEM CÉREBRO. SEM DOR

Gosto da velha e segura calma
do que não sei
e em tempo algum saberei

Dos remotos caminhos
por onde nunca andei
e jamais, em vida, passarei

Dos sensoriais impulsos do instinto
além do controle e da submissão
surgindo, independente de mim

Adoro antigos deuses
perdidos no túmulo do tempo
A eles, entrego-me em fé

Procuro palavras em dicionários
e as escolho, errático, pelos nomes
não por seus exatos significados

Creio nesta desconfiança de mim
devoto-me ardentemente ao estéril
quero ser mais um inocente útil

Uma vida serena, isenta de mistérios
e eu inserido, sem cérebro, sem dor
Zero: o que realmente almejo



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