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QUANDO SE PARTE O CORAÇÃO

Fui batendo pelas casas
Pensava que podia entrar.
Os sonhos não tinham asas
E eu, onde me abrigar.
Subi tão alto na desilusão
Naquele corpo me escondia
Sabia que era ilusão,
E quem é que não sabia?
À terra voltei as costas
Virei o peito ao avesso,
Escavei novas respostas
E agrafei um novo preço,
Ao passo troquei as voltas
Na volta do recomeço.
Fui batendo, portas cansadas
Rostos riscados de enredo
Tantas vidas penduradas
Tanta dor, desassossego
Perecem desesperadas
Sucumbem perante o medo
De ser brinquedo,
E partem caindo ao chão
Que frágil emaranhar,
Quando se parte o coração
Jamais,
Jamais se volta a colar.


Regensburg
23-10-2010
Beija-flor