A VIDA

Data 26/10/2010 14:50:10 | Tópico: Poemas -> Reflexão




A VIDA

A vida por um fio...
No fio...
Da navalha,
De uma palavra,
De um pensamento,
De um gesto impensado,
Em alguém confiado,
Num beco escuro,
Ao dia, ao sol, à noite,
Na chuva, na grama, na rua,
No carro, na estrada, na calçada,
No vazio, no frio, no rio,
No calor, no amor, na dor,
Seja como for,
A vida esta sempre por um fio...
Relacionamentos por um fio...
Mudanças por um fio...
Tudo por um fio...
Segundos que podem fazer a diferença,
Entre viver e morrer,
Ser ou não ser,
Sim ou não,
Acertar ou errar,
O Céu ou O Inferno...

Tudo por nada, ou nada por tudo?
Que encruzilhada!

Pensa-se tudo, sabe-se nada.
E se nada se pensa, pior é a ofensa.

Todos na mesma estrada,
Uns dão uma avançada, outros uma atrasada,
Mas é a mesma jornada, a mesma caminhada.

Sonhar é bom, faz bem ao coração,
Dá vida a vida, da força e emoção.
Às vezes há tanto sonhado, nada concretizado,
Ás vezes realiza-se o inesperado, que jamais fora sonhado.

Uma vida que se perdia,
Uma vida quase nascia,
Mas, a que se perdia viveu,
E a que nascia, morreu.
Uma vida por uma vida, qual será a valia?

Que tremenda ousadia, achar que eu poderia tal pergunta realizar.
Não precisa ter lógica, não existe lógica para apologizar.
Só faz parte da história, de um ciclo sem fim,
Só faz parte de um todo, inexplicável, enfim...


A bola continua a girar,
Nada altera a trajetória,
Não para pra gente se consertar,
Para os cacos colar,
Pras lágrimas enxugar,
Ou apenas respirar...

“A vida é frágil e temos medo”
Sabias palavras de um amigo poeta.
Temos medo, por que não temos controle,
Não ter controle nos fragiliza,
E o que nos fragiliza, nos dá medo.

Medos e mais medos,
Que corroem nosso enredo.
Mas o medo não é segredo,
Todos nós carregamos o mesmo rochedo.
Seria bem mais fácil se o deixássemos entre o arvoredo.
Seria mais simples se aprendêssemos isto desde cedo,
A caminhar sem este peso, que nos deixa azedo.
A vida com certeza fluiria melhor, sem degredo,
Pensaríamos melhor, sem o peso de todo este medo.

Afinal, medo de quê?
De a vida perder?
Ela não nos pertence.
Dos bens desaparecer?
Eles também não nos pertence.
De pessoas morrer?
Todos nós vamos morrer.
Medo de doer?
Mas viver também dói,
Ser feliz dói, por que acaba.
Tudo passa,
A dor, a alegria,
O dinheiro, a pobreza,
A nostalgia, a tristeza,
A juventude e a beleza.
Talvez, só não passe a nobreza da alma,
Se tivermos força, para ensiná-la a amar com calma.
Ensinando-a não se apegar neste mundo fantasma.

Susely -15-03-2010








Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=157435