
Canção da mais alta torre (Arthur Rimbaud)
Data 29/10/2010 13:40:01 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| Ociosa juventude A tudo oprimida, Por delicadeza Perdi minha vida. Ah! Que venha o dia Em que os corações se amem. Eu me dissea: cessa, E ninguém te via: E sem a promessa De mais alta alegria. Que nada te detenha Grandiosa retirada. Tive tanta paciência Que para sempre esqueço; Temor e penitência Aos céus partiram. E a sede doentia Me escurece as veias. Assim o prado Ao esquecimento deixado, Engrandece, e floresce De joio e incenso Ao zumbir tenso De cem moscas sujas. Ah! Tanta viuvez Da alma que chora E só tem a imagem Da Nossa Senhora! Será que se ora À Virgem Maria? Ociosa juventude A tudo oprimida, Por delicadeza Perdi minha vida. Ah! Que venha o dia Em que os coraçõres se amem!
Arthur Rimbaud(1854-1891), poeta inglês, poema traduzido por Daniel Fresnot.
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