De costas voltadas

Data 24/08/2007 11:27:46 | Tópico: Poemas -> Amor

Deixa-te estar de costas voltadas
Onde tudo começa sem um fim
vejo onde estás
Deixo-me estar

Não há razão na identidade das posições
Na distância que nos interroga
Nem no esboço a antecipar
o crer que existe que já não existe

Deixa-te estar
Deixo-me estar
Dentro da solidão que sabemos inocente
Talvez seja esse o preço a pagar
A culpa venenosa a calcinar
Ou o doce delírio a pronunciar
o potencial perfil da morte

No instante em que a agarras
não há razão para a deter
Rompe dilaceradas imagens
numa espécie de antevisão indecente

Gesto voraz sobre teu corpo imaterial
nesta loucura que penetra a loucura de te amar

Entrar na tua suspeita intimidade
Realidade do meu pecado
coberta de obscuros oleos que
podem garantir a passagem do tempo
que em silêncio invento, os passos de aproximação
(De costas voltadas)
Onde tudo começa sem um fim
e, deixo-me estar.




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