
NO DIA EM QUE JULIETA MORREU
Data 01/11/2010 19:12:31 | Tópico: Poemas
| No dia em que Julieta morreu Cedeu com ela e com seu corpo Uma alma consumida pela chaga Sobremesa amarga Que te leva Que te perde E nunca te traz a casa
No dia em que Julieta morreu As flores continuaram perfumando O ar que não enche agora teu peito As tuas mãos foram buscando Mas mais esperto esse sujeito Fez-se de certo Afogou-te no leito
Tu foste fácil para ele Foste atraído pelo cheiro Da pele nova nunca tocada
Julieta é nome do revólver carregado Com a bala envenenada
No dia em que Julieta morreu Logo apareceu o insano conceito Do pobre que rouba rico para tocar na sua amada
No dia em que Julieta morreu Veio essa peste que eu não aceito Inundar a boca imunda que tão bem estava calada
Tu achas que sabes amar Mas tenta antes respirar O teu corpo é tão mais perfeito enquanto respiras Do que ao cair no precipício do qual te atiras
Tu não foste feito para achar segundo sentidos Tu perdes-te no meio desses medrosos gemidos
No dia em que Julieta morreu Deus também chorou Para que pudesses dizer que ele é bom
No dia em que Julieta morreu Nos céus uma canção ecoou Que hoje cantas sem saber o certo tom
Tudo isto aconteceu Num dia em que estive fora
No dia em que Julieta morreu Eu só cheguei a tardia hora Quase de bêbado caído Quase tão perdido Como tu que choravas
No dia em que Julieta morreu Eu dormi sem o ruído Das promessas que rasgavas Das cartas que queimavas
Tudo isso junto ardeu No dia em que Julieta morreu
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