DOIS VULCÕES

Data 05/11/2010 22:09:14 | Tópico: Sonetos

Meus punhos são como o sol desbravador
A aquecer as pedras magmas dos sintagmas
Sofismas, filosoficamente em lágrimas
O verso sai quente como a onda em calor!

Gestado por ventre único e ácido
Pelo deus do amoníaco harmônico
Lavas explodem dos meus versos crônicos
São como lágrimas, borbulhando os plácidos...

Vulcões da mente, que não têm preconceitos
Termas do mais fino e suave leito
São feitos de energias fulgurantes!

Dando à luz aos quentes versos
Sangues fluem dos meus olhos dispersos
Em erupções dum coração delirante!

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VULCÕES 2

Um soneto que se agasalha do orvalho
Despeja o calor do corpo na harmonia
Ondas raiadas de sólis em piras
À sombra do sol me protejo num carvalho!

Gentes gritando sem cessar à minha volta
Me conduzem para o frenesim da poesia
Tento me alongar numa alameda fria
Mas ondas de calor me aquecem a aorta!

Já dominada pelo eixo do contexto
Passo a rimar palavras de pretexto
Esse quente universo me transporta...

Ao luxo intelectual que não existe
Poesia é um moinho que consiste
Em fechar espaços e abrir-lhe as portas!



Ledalge


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