A Boneca e a Menina

Data 06/11/2010 20:19:53 | Tópico: Poemas

Foi no tempo em que as fadas
Benfazejas apareciam mesmo a
Luz do formoso dia.

Foi num cenário não tão fantástico
Onde os sonhos corriam céleres
Como certas ninfas divinas...

Uma dúvida sinistra persistia:
Não se sabia qual delas era a boneca...
Qual delas era a menina...

Era mais um dia límpido e cristalino
De Fevereiro.

Brincavam com seus reais brinquedos,
Pelo imenso terreiro,
Crianças jucundas e tantas e tão divino
Era o momento que parecia que o próprio
Firmamento era o mundo inteiro...

Pareciam aos olhos vistos que imperava
Um cálido e perpétuo Domingo,
Onde a felicidade fazia duradoura morada
E tinham asas luminosas e encantadas os
Pueris e os mais inocentes sorrisos.

Mas há recantos sem acalanto... Sem alegria...
Onde a brisa do aveludado carinho não existe.

No alto da casa rica, de todas a mais bonita,
Onde as plantas são mais belas,
Onde reina jardins de primaveras,
Onde uma aparente felicidade reside,

Fica uma menina muito triste
Que em um castelo se encerra,
Fria,
Vendo as outras crianças
Esbanjando alegria
E vida...

Ela tem a mais linda boneca de toda aquela rua.
Para brincar com as outras ela nunca vem.
Fica ao lado da boneca da mesma estatura.
Sozinha não divide sua boneca com ninguém.

Fica estática como uma estátua na janela.
Nunca desce... Gosta sempre de ficar lá em cima.
De longe impressiona quem vê aquela cena:
Apenas duas silhuetas iguais e escuras,
Quando se nota o quanto estava certo o poeta
Quando disse o tanto que alma é pequena...


Tão linda era a boneca!
Tão linda era a menina!

Punhalada de prata crava no coração!
Tão linda as duas que passava uma ilusão:

Qual das duas era a mais linda?
Qual delas era a boneca?
Qual delas era a menina?



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