«« Varinha de condão ««
Data 09/11/2010 00:45:28 | Tópico: Sonetos
| Oscilo num bem-querer lamentoso A existência é empolgada por vezes resfria O próprio crer é tanta vez oco e tenebroso É assim que olho cada letra que vira razia
Se escrevo sobre mim chega a ser curioso A maneira com que me olho sem noite ou dia Sem lágrimas mas com um fracasso airoso Que me empurra como que por magia
Por becos onde os muros desmoronam Com um golpe de sorte lá pincelam o chão Pontos e virgulas que sem saber convergiram
Como se fossem pedaços de velho cartão Que cobrem as letras que me retratam Quem será que me deu a varinha de condão
Antónia Ruivo
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