Febril a onda

Data 26/08/2007 16:30:10 | Tópico: Poemas

Insubordinado o jeito lesto a bordar o peito
aberto no avesso do dizer de mim.

Insubmisso
o desejo do saber do beijo, da sede da boca,
do calor da língua, d’amêndoa e de carmim.

Febril a onda, lavrado o mar,
o alto-mar ...
arruado, reordenado em frias laudas
na lisura eminente das águas.

Insone o astro despenhado ao largo, em fogo,
na cauda preta da rocha pérfida de luar.

Instantes diminutos …

Putrefactas as raízes cravadas no verde dos suspiros.
… delírios breves, em corpos agitados no cálix
das dunas e das sebes.

Amo do verde-mar, a espuma,
o corpo indecoroso e, na solidão do vento,
no seu recesso,
concebo o verde-seco do verso acoberto da bruma,
esta que, angulosa, leitosa, me debela e me sufoca.





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