
O Tempo, A Eternidade e O Amor
O Amor estava perdido no tempo e quanto mais o Tempo passava, mais o Amor se sentia envelhecido. Sabia que estava envelhecendo e não entendia o que poderia estar acontecendo. Aquele sentimento que existia e que no princípio parecia que nunca terminaria, não era mais o amor que antes sentia. Algo havia mudado e transformado o Amor em algo não desejado. A chama que ardia e que tantas fagulhas erguia, agora eram cinzas que o Amor escondia, com medo de aceitar pensar no que acontecia. Preferia acreditar que era amor, esse sentimento que pensava que ainda existia. Mas quanto mais pensava, mais percebia que era um erro que só ele conhecia. E era chegado o momento de se encontrar com a Eternidade, dizer o quanto havia mudado desde que se confessara apaixonado. Mas o Tempo, que de tudo sabia, entendia o que o Amor sentia. Quanto mais o Amor insistia em dizer que era amor o que ainda sentia, o Tempo o desmentia, dizendo que era outro sentimento que o mantinha todos os dias. E assim, diante da Eternidade, o Amor precisou usar de toda a sua sinceridade e confessar que o amor, não era mais Amor, mas sim uma grande Amizade...
Débora Benvenuti
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