SOBRE DALTON TREVISAN, O VAMPIRO

Data 12/11/2010 07:30:06 | Tópico: Poemas

para a karla bardanza, que me pediu que escrevesse sobre ele.

É muito estranho escrever e comentar sobre quem não fala e foge das pessoas. Assim é o escritor brasileiro Dalton Trevisan. Mas, Karlinha, meu amor, ele está certo: escritor não tem que falar - tem que escrever. E Dalton escreveu e escreve muito.Contar uma história em vinte linhas é para poucos. E ele sabe fazer isso como ninguém.
Estou escrevendo o texto de cabeça para você, amor, que me pediu, se eu errar releve.
Eu tive o Dalton, como jornalista, nas minhas mãos. Fui até Curitiba cobrir um crime.Eu e o repórter fotográfico Paulo Reis, que hoje não
existe mais.
Como sou notívago, saí cedo do hotel, onde estávamos hospedados. Saí pra tomar café, não era bem café, você sabe. Comi um pão com manteiga e pedi uma coisa mais forte pra molhar a palavra.
Em frente à padaria havia uma banca de revistas. Além do dono, havia um senhor magro, de paletó, conversando com ele. Só mais tarde me disseram que esse tal senhor era o Dalton Trevisan.
Repórter de merda que sou, duvido que ele negasse conversa comigo. Mas também não trazia escrito na
testa o seu nome. Tive o vampiro, o genial vampiro diante de mim. E deixei passar. Fui cobrir o crime que tinha a fazer para a minha revista. E isso eu fiz bem. Mas preferia ter entrevistado o vampiro de Curitiba.Faria melhor para a minha alma doente. Em compesação, escrevi pra ele o poema Sedução que te mandei,linda karla.


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júlio

(*) Dalton Trevisan é um escritor brasileiro. Vive no estado do Paraná, em Curitiba, onde nasceu. Rigoroso ao extremo, costuma a escrever suas histórias em vinte linhas no máximo. Vai da tragédia à comédia, trabalhando apenas com duas personagens - João e Maria. Contam que uma vez, por um erro tipográfico num de seus livros, Dalton saiu como um louco de livraria em livraria a comprar os livros, até que a editora reparasse o erro. Acredito. Eu faria o mesmo. A poeta Karla Bardanza está escrevendo sobre ele.


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