Aroma de morte

Data 12/11/2010 12:44:38 | Tópico: Poemas














Rasga o céu
no pássaro de fogo
é lá que se amanha
em traje de noite

Cansam-lhe as pálpebras
translúcidas
e nas garras
das chamas enfermas
lambuza a sua dor

Na cor do vinho perde-se
tomba em olhos perdidos
nas castas do vinho ingerido

Canta a sua loucura
no buraco velho da cidade
tocam os violinos alucinados
no seu cérebro fundido

Na tinta desse prazer proibido
a cidade torna-se testemunha
deste testamento legado
na luz da lua fundida
o seu peito embriagado
rabisca o nome da vida

O solo é o seu leito
os jornais a sua manta
a neblina o perfume
do bafo fedido
no amanhecer perdido
nesse corpo
com aroma de morte.





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