Alma vadia

Data 13/11/2010 15:16:01 | Tópico: Poemas -> Fantasia

Na escrivaninha do poeta
Há sempre uma gaveta
Com folhas velhas, amassadas
São rascunhos que ele enjeita
Palavras que ele vomita
Por vezes são obras de arte

O poeta não se enxerga
É rude como uma pedra
Escarnece da própria escrita
Já nem em si acredita
É turrão como o asfalto

Na alma guarda a saudade
É actor sem ter idade
Cobre-se dessa vaidade
De fazer da sua vida
Só escrever e vadiar




Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=160452