O 11º Elemento - A desordem do caos (C/ Ana Coelho)

Data 15/11/2010 14:58:09 | Tópico: Duetos

- Não pensar, não falar, não mexer, nada reter a não ser uma boa noite de sono a calar-me o corpo todo. Nesta manhã cinzenta, o Tejo ainda dorme, os barcos ressonam e as correntes sonham atingir o oceano mais profundo.

- Sopra a brisa suave, o nevoeiro embala os sonhos, o despertar é a força impulsiva de viver mais um dia de vida com o sorriso na voz...

- Brisa suave. Se soubesses dessa brisa e o que me traz de quando em vez. Gostei desse momento teu a aquecer-me o corpo e a afagar-me um sonho ainda virgem. Gostava de poder participar num momento único, nosso, como uma só personagem sem cair na desordem do caos. E sim, colher os frutos dos sorrisos matinais com um sorriso na voz, Tão perto que está, que o vejo a esvoaçar por todas as bocas do mundo

- Daqui recebo o som do teu sorriso, mesmo no silêncio sinto… o ar da rua passeia pela janela, os frutos matinais descem do alto ao encontro da tua luz que brilha para lá da bruma da manhã...a desordem é o processo para ordenar os fluidos do dia...

- Sentir, sentir só, é o que me resta, sempre que abro a janela e direcciono um olhar longe. Tão longe quanto o são as lembranças de um passado que quer, porque quer, estar sempre presente. Caminhemos em frente. Colheremos então todas as brisas que sorverão todas as gotas de orvalho de uma cidade onde o Tejo adormece.

- Para se saciar a sede do relógio parado no vento, as gotas desprendem os sons a navegar por margens onde o cosmos desperta…a claridade dos passos a cada novo amanhecer onde o olhar encontra a suavidade e todo o sentir !


Epifania / Ana Coelho / Ainafipe




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