São tantas coisas que acontecem nesta vida Umas marcam , outras nem chamam atenção Tenho uma que aqui dentro está retida Guardada num cantinho do meu coração.
Bateram palmas em minha casa fui atender Era tardinha e uma chuva começava a cair Véspera do Natal não há como esquecer Dois mil e sete, lembrarei enquanto existir.
Uma mulher de cor negra com um carrinho Desses que usam nas ruas para recolher Estava com um plástico tapado direitinho Pediu-me ajuda queria algo para comer.
Queria leite para dar ao seu filhinho Sentia fome e ela não tinha para dar Arrumei os alimentos e o leite ligeirinho Para que não ficasse ali a se molhar.
Ao levantar o plástico do carrinho Eu pensei que estivesse enganada Escutei sair lá de baixo um chorinho Infelizmente não estava errada.
Entre as tralhas em cima de um paninho Vi uma imagem que em mim ficou gravada Acreditem deitado estava um bebezinho Cena por mim sempre lembrada.
Apesar de judiada era educada Deu um sorriso largo e agradeceu Pediu a Deus que eu fosse abençoada Foi embora e nunca mais apareceu.