SABER-ME TÃO EXATO

Data 21/11/2010 18:53:40 | Tópico: Poemas


SABER-ME TÃO EXATO

De nunca conseguir
Ser vago
Depois vou
E me mato
No canto superior
Direito do jardim
Tomado do alto mato
Predominado
Por tufos elevados
D’um róseo capim

Meu corpo decomposto
Discorrerá o banco
Horizontalmente
Despojado
Desmanchado em sangue seco
Em semi-decúbito dorsal...
(Ao fundo o espanto
E seu eco...)

Portarei dentre
Os lábios
Um leve sorriso polido
E pálido,
D’um pressuposto cinismo
Sábio
Quase taxidérmico,
Empoeirado
Por saber-me,
de tão morto,
Tão exato...

E serão precisas
Duas horas e trinta
E quatro
Três segundos mais
Um quarto
Deste dia
Libertário



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