Perdição

Data 20/11/2010 22:07:59 | Tópico: Poemas

Sei essa sensação
do abismo a abrir as goelas
para aspirar as presas.
Vou na sua direcção
incapaz de desviar
o meu olhar
do seu expirar.
Contaminada dos excrementos
no meu corpo fragmentos
de um ser negro.
Atrai-me a si
para devorar impiedoso
estraçalhar em prazer.
Sem cintilar de consciência
homem descoraçado
da humana tangencia.
O fascínio profere,
a lógica e sageza do eterno
lhe dão asas de anjo.
No seu verso encanto
insuficiente sou leiga
e cativa de fraqueza.
Nasci letra do chão
e ainda que esteja rubra
da vergonha de mim
aperto-me no seu peito
para abrir uma cova
e sob ele ser leito.
Perdição ao assombro
na hipnose do bravio
não sou luz.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=161876