Pai, eu pequei…

Data 22/11/2010 21:43:09 | Tópico: Poemas

menino umedeça os lábios
preencha o cheque
com tudo que é mundano e comum
que se torna terrível e selvagem
negros como eles podem ser

entenda quê,
gosto de todo mundo no início
nosso amor acaba
junto com a água mineral francesa
vou sempre me lembrar de voce
como alguém que conheci e depois esqueci
entre os muitos itens
que se espalharam durante o dia

três horas atrás voce nem existia
a vantagem é que você não vai estar
no próximo abraço
e seu cheiro vai sumir do meu corpo

há uma dívida aqui
pague o amor
se vista e saia

voce vai saber ao cruzar a porta
que não sou uma mulher disposta
a comprar de volta a alma de um homem
deixe meu inferno precioso e bonito
minha vingança será tão grande
quanto minha tristeza

você vai revirar-se no meu caderno
e se perguntar qual foi o sentido disso
procurar seus filhos na multidão
como se olhasse no olho de cada um

guarda-te bem o amor
teme essa preciosidade
feche a porta
(a solidão exige que eu fique)

Vania Lopes

Esse poema continuou depois de ouvir
"Garoto de aluguel" de Zé Ramalho.



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