Nos braços da madrugada

Data 23/11/2010 15:24:14 | Tópico: Poemas

A noite cai lenta e macia
Sobre a tapada
Cobrindo o brilho do dia
Assim, calada…

Calada

Seduz a curva da estrada
Que à frente fluía
Tão longa, tão fechada
Assim, morria…

Morria

Na acidental filantropia
De um pinheiro
Onde a vida se escondia
Assim, calada…

Não há vidros partidos
Nem lágrimas
Nem gritos sofridos
Na face de uma folha caída
Seca e morta à beira da estrada

Tão calada…

A noite caía, lenta e macia
Sobre a tapada
Cobrindo o brilho do dia
Assim, calada…

E morria
E gritava
E chorava
Nos braços da madrugada.

Só isto importava
Mais nada...

Mais nada.




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