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Data 25/11/2010 22:02:05 | Tópico: Poemas


Num outro tempo qualquer
Procurei a paz num terreiro
Agreste o terreiro me ensinou
Que paz é um malmequer
Que sem perceber despontou
Num sorriso de mulher

A paz tentei alcançar
Procurei de lés a lés
Mas enquanto a vida mandar
Paz, terá sempre revés

Num outro tempo qualquer
A paz fugiu foi embora
Agora quando penso melhora
O sorriso me enche o rosto
Tenho paz, tenho gosto
De no agreste sofrear
Qualquer martírio ou desgosto
Que de revés pensa entrar

Um sorriso gravo com gosto
Num malmequer desfolhado
Enche o meu terreiro orvalhado
Por lágrimas de fino fio
Que revêem de fio a pavio
A paz que aparenta o meu rosto.

Antónia Ruivo






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