SONETO DESPEDIDA

Data 26/11/2010 00:10:13 | Tópico: Sonetos

Eu vejo flores raras, cultas e avaras
Nos vasinhos obscuros da vaidade
Eu ouço sinos, das igrejas caras
Banhadas de ouro nas saudades!

Eu vou embora sem olhar pra trás!
A escrita dos homens não me impõe idade...
O julgamento divino sempre mordaz
Fez de mim um devaneio de insanidade!

Eu digo adeus aos versos defeituosos!
Pra que falar de amor se não me entendem?
Pra que falar de sonhos medrosos?

Pra que vir aqui todos os dias me decapitar?
Se aos olhos doentes minha alma não desvendem?
Pra que parir mais versos e me inspirar?


Ledalge, 25 de novembro de 2010.


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