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Data 26/11/2010 22:47:52 | Tópico: Crónicas

Agora volto eu, deixando a tia Alzira descansar, a fama subiu-lhe à cabeça… volto eu, a mal encarada que não tem paciência para rónhónós, é que assim como a tia Alzira, eu também estou aparvalhada, e desta vez não é por causa do delete, é porque afinal com ou sem delete o luso mantém-se inalterável.
Coisa que confesso tive medo que deixasse de acontecer com as novas medidas de funcionamento do mesmo.
Actualmente passo aqui muito menos tempo do que antigamente, nos tempos em que acreditava em reinos de encantar. Por essa razão o dia a dia do site quase que me é despercebido, mas de tempos a tempos vasculho isto de fio a pavio, e aí vou-me deparando com as demandas mais ou menos teatrais, que ainda conseguem fazer deste sitio, um sitio quase único, porque para o ser tinha que estar virado para a escrita exclusivamente.
Agora estão para aí a tentar descortinar esta minha mente maquiavélica, mas eu explico.
Volta não volta, lá vem alguém despedir-se dos amigos, lá vai uma lista interminável na qual eu me incluo, porque também já tenho aparecido nalguns desses quase velórios, e digo quase, porque quase sempre são abortados, quem sabe devido às carpideiras de serviço, nas quais eu também me incluo, não quero injustiças de qualquer monta, ou devido ao destino.
Mas uma coisa realmente me está a fazer confusão, é que nessas minhas incursões pelos meandro dos lusos, também reparo no arquivo morto do mesmo, refiro-me aos poetas que partem sem bramidos de qualquer ordem, simplesmente batem a porta e vão embora.
É para esses esta minha crónica, em sinal de respeito pela seriedade com que partiram, sem choros, sem carpideiras, sem alaridos que visassem a sua notoriedade, é que quer-me cá parecer, e desculpem se sou mázinha, que algumas pessoas aqui dentro precisam de velórios encenados para se sentirem poetas.
Mas o que me faz mesmo confusão, é que algumas dessas pessoas são bons poetas, e não precisam de velórios para que as carpideiras o reafirmem, a sua escrita fala pelo seu valor.

É por esta e por outras que nos últimos tempos ando aparvalhada.

Antónia Ruivo.
Podem comentar à vontade porque não vou usar o delete.beijinhos e abracinhos.



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