NA HORA DO DESESPERO
Data 28/11/2010 17:32:04 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Na hora do desespero treme o facínora e, tíbio, lambe o sangue da navalha que traz o oponente à mão; Calígulas assombrados - em trajes comuns, soturnos, sanguinolentos caudilhos, se ocultam na multidão.
Na hora do desespero, aristocratas da guerra, como porcos (e é o que são), chafurdam na lama podre que lançaram sobre o chão.
Fingem ser apenas homens. Convencem, mesmo aos mais sábios que apenas humanos são. Na hora do desespero, carrascos, pedem perdão.
Num átimo, recompostos, de volta ao “dolce far niente”, mefistofelicamente, já não disfarçam nos lábios o esgar da dominação.
... Crêem-se mais do que homens, reconduzidos aos postos em que nós os distinguimos por medo ou por omissão.
(Do Livro de Sersank, "Estado de Espírito")
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