Sonhos de Inverno e os Rios da Alma

Data 29/11/2010 11:03:47 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Caí num poço sem fundo
Engoliu-me o vazio e a alma partiu em busca de outros sóis
No invisível, mostro-me ao que está ao alcance de uma mão
Um sonho parado no meio do Inverno

O frio congela-me os pensamentos livres
Ouvem-se serenatas roucas do fundo do mar
Afundaram-se os sonhos
Jazem junto às marés que se entregaram de mãos vazias

Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar

Descubro-me nos caminhos alagados
Nos remoinhos que afundam os rios do mundo
E solto-me na aridez de um sonho solto
Que se encosta ás margens de encontros casuais

E a alma...fonte inatingível
Jorra lágrimas correntes na linhagem habitual
Sabores conjugados, sentires afogados
Encantos e desencantos, sonhos fechados

O sol chora, acorda os picos entrelaçados
E os corpos desfilam na subtil indiferença dos mundos
Os mares extinguem-se nos oceanos de uma lágrima
Que se recolhe até à chegada das novas eras


In "Subtilezas da Alma" - Edição da Edium em 2009



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