NÓDOAS

Data 29/11/2010 21:07:48 | Tópico: Poemas

Desse amor
eu juntei o pó
e espalhei pela casa;

sujei as louças
quebrei os vidros
derramei o óleo
sobre os espelhos da casa
pra minha visão ficar
eternamente
embaçada de ti;

à tardinha
juntei os cacos
amornados de sol
e cortei os pulsos
que se mantinham atados a ti;

corri pra varanda
sangrando restos de luz
pois não me restavam teus versos
nem tão pouco teu silêncio
apenas dei-me a contar estrelas
enquanto pude vê-las

e depois veio a chuva
escura
que lavou este chão imundo
de nódoas
tuas.


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