Missiva ao pós-tempo

Data 30/08/2007 14:33:00 | Tópico: Textos -> Outros

Eis-me aqui sozinha no espaço infinito.
O que me rodeia não é mais do que a incrível perda da vida existente em tudo. O amor que me inunda é o maior que posso descrever e de repente tudo é nada. Talvez possa viver de frente esta angústia e felicidade conjugadas.

Conjecturo...
Tudo o mais não é nada do que imagino. Preciso do momento único, da calma serena e do instante fumegante... A entropia é tudo o que me resta. Já estou a ver o fim da linha, já vejo como isto vai acabar. Quando tudo não for mais do que a felicidade, a vida vai ser querida por aqueles que a anseiam e sentem como o plano deve ser cumprido.

O afogamento quer-se fundo e sedento... Leve e confuso... Existente e rígido.

Rasga-se de repente o que procuro.
Assim confunde-se o tempo com o vento e o sentimento com o pensamento.

(11 Setembro 1997)


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