UM FIM ESTÁ PRÓXIMO...
Esse planeta circula fendido.
Ao meio dessa oca esfera Quebra-a um portal equatorial intenso Que, magnético, balança minha rede E me sacode para pensar Sobre essa fratura toda Que deve ser a mesma de mil anos atrás Nas ruas compridas de Constantinopla...
Tremores semânticos subscrevem-me Mensagens sem rendição Em versejos românticos Recebo-os, desiludido, em docidão...
Esse embalo tântrico Instiga-me à uma alucinante massagem Numa clara violação de saciedade...
Quem diria :Agora é tempo De eu acolher No pensamento Essas vagabundagens...
De tão perdido de ti Nesta terra resolvida à ruptura Encaro a saudade de me derreter Em teus seios plácidos e sadios Quando isso era o tudo Do tudo o que tinha de ser...
Eu lembro :De resto eram toques e sorrisos... :De resto eram beijos e desvarios... :De resto, o resto Do que ficou mesmo perdido Do resquício do mais a me aborrecer...
Edifico Um final feliz Só para mim... Desprende-se um sabor Terrífico...
Manso, sem improviso Reclamo por teu resgate Impossível, mágico Caído d’um teu Dossel impreciso...
Olho o futuro Com furor cego. Estranho :Nego-o e entrego-me...
Abraço-me só, Ao ar, de braços erguidos (Faço por merecer)
O fim está próximo. (Um qualquer fim Sempre está próximo)
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