
Homo Lupus Homini
Data 03/12/2010 02:24:32 | Tópico: Poemas
| Lobo, perdido na noite... No eternal inferno Mora o homem, Devorando-se e devorando A tudo e a todos, Comendo e vomitando A própria sorte. Terrível exterminador Da própria sombra, Dos recantos vis Da própria alma. Poeta, como quem faz versos Arquiteta a chacina trágica Da traição. Este animal que fala, Beija, sussurra E diz que ama, Jura amor, É réu confesso De si mesmo é traidor. Transita entre A sorte e a paz, Mas busca a guerra - Manjar sangrento Que parece correr-lhe Nas veias. Bebe em taça Coquetel de fel E brasas de inquietação. Lobo que uiva (!!!!!!!!!!!!!), Procurando, no tempo, Aconchego ao coração. Vagueia, buscando o nada Ou encontra-se Em total devassidão. Lascivo, busca fora de si O que não vê ter Dentro do peito. Engendra, transgride, Aflige-se, tudo faz a si. Dentro da sua noite, Escura maldade. Embriaga-se e bebe A própria sina. Para depois Morrer da própria desgraça.
(Ednar Andrade).
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