Para ti que um dia ousei amar

Data 03/12/2010 15:45:57 | Tópico: Poemas -> Dedicatória

Mais uma vez me entrego
mais um prego a pregar-me à cruz
mais uma vez não me nego
enxergo esta fusca, fracionada luz.

chamada amor

e nem bem começa
identifico a mesma peça
realismo fantástico sem razão
Sou eu mesmo, Gabriel,
em seus "Cem anos de Solidão".

Queria ser, festa, floresta
avatar em profuza cor
queria eu uma honesta
cálida e verdadeira fração de amor.

Mas acabo escorrendo-me por fresta
que vaza o líquido sentimento
prendendo à rude aresta o denso sofrimento.

Flutuo na ausência,
voraz carência
sem mais nem menos.

Sobram-me sonhos
evadindo-se tristonhos
junto com os beijos amenos
que nunca foram dados.

Boba sou eu,
no meu cáucaso, Prometeu
de desejos acorrentados.

Um dia, ah... um belo dia
Zeus se compadecerá
enviará um centauro
e terei amor luzente
suficiente,
verdadeiro e aureo.

E então, valera a visão
não negarei-me teu coração
serei tua em inteira e verdadeira
entrega e satisfação.

Eu te amo, e nunca mais te direi não.




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