
FLOR QUEIMADA
Data 04/12/2010 21:07:00 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Minha voz teima em não se calar, rodopia, gira, contorna, não se enfeita de flores nem se adorna de roupa colorida.
É feita de nervos e de sangue, setas nos braços, relembrando a dor, dos que se passeiam sem nada, nem pão nem água nem cor nem som.
Boca de escárnio, rasgando o rosto, o estupro da mente cansada, ser igual a tantos outros, os demais, como alimento para as esconjurações.
Morte lenta ainda em vida, jazem no chão as flores queimadas, pelo toque da mão absurda, a carne, o cheiro, mais o quanto nos é possível aguentar.
Olhos abertos à evidência nocturna, sombras de gatos, amaciando os muros, e eu que vou nesta vida a cantarolar, sou excepção à verdade oculta, dissimulada.
E calo e respeito, a dor que vos dói…
Jorge Humberto 04/12/10
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