Via de regra

Data 05/12/2010 21:08:19 | Tópico: Poemas


Na palha da cana vejo as mãos do lavrador
Carcomidas pelo esforço inaudito de ganhar o pão,
Trabalha que trabalha para aumentar sua produção
A fim de ter um mínimo suficiente com seu labor.

Debaixo de um sol causticante e sem intervalo
Golpeia à direita e à esquerda de cada ponto,
O suor é a magia desse hediondo confronto
Que o rosto estampa sereno e cansado.

Após alguns anos de uma faina alucinante
O corpo exausto decreta concordata,
É o desfecho melancólico de uma luta ingrata
E o retiro justo de repouso a cada instante.

O universo canta louvores ao homem do campo
Numa homenagem surda às mãos que calejaram tanto!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=164471