MEUS SONETOS VOLUME 064
Data 09/12/2010 18:35:20 | Tópico: Sonetos
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01
Esta hora em que vivemos; tão macabra, Demonstra o fim da festa. E de ressaca, Amor arromba a porta e o pé de cabra Demonstra a violência em que me ataca.
Por mais que a gente finge que não abra, Assim sem respeitar sinal ou placa Não quer nem mais tentar Abracadabra Cravando no meu peito a fria estaca.
No lusco fusco vejo este invasor Fingindo-se de sonso e sem convite Invade como a tal Tropa de Elite
Causando sem pensar total furor Fuçando sem limites o meu peito, Até que vai embora, satisfeito.
02
Esta flor caprichosa que nasceu Num dia de ilusão, o mais perfeito, Do amor que tanto tempo foi só meu, Agora se esvaindo insatisfeito, Se todo este perfume se perdeu Que faço deste amor dentro do peito?
Quem sabe voltará num dia incerto, E teu olor virá me socorrer. Oásis que encontrei em meu deserto, Talvez seja essa fonte de prazer Que faz com que este mundo esteja aberto À fonte que emanou meu bem querer..
Assim quando vieres, flor tão pura, Termine toda a dor desta tortura... Marcos Loures
03
Esta emoção guardada a sete chaves, Não deixa que esta vida destrua. Um forte combustível para as naves Revestem a nossa alma enquanto nua.
Na força que incontida nunca pára, Apoio para as curvas mais fechadas. Na queda que ameaça nos ampara Mantém o nosso rumo nas estradas...
Essa emoção que é boa enquanto santa, Resiste a mais cruel das tempestades. Nas horas mais difíceis se agiganta Encara sem temor, dificuldades...
É luz que tanto guia, é claridade. No cofre do meu peito, uma amizade!
04
Esta dor inerente que carrego E mesmo, num sorriso, não disfarço, Amarra da existência, o seu cadarço Navego sem destino, em rumo cego.
Por mais que às vezes mostre algum apego Esfacelado sigo, e até me esgarço Tentando algum motivo, mesmo esparso Porém ser gauche assim, isto não nego.
Um fardo tão pesado, meu farnel, Impede que eu perceba quaisquer luzes, Nas costas demarcadas velhas cruzes
Sangrantes esparramam sal e fel, Amordaçando tontas fantasias Iludo-me com falsas poesias...
05
Esta aragem batendo no meu rosto No soprar tão macio deste vento, Deixando um sentimento mais exposto Em detrimento deste sofrimento.
As rugas que surgiram em minha face São marcas dos amores que perdi. As cicatrizes vivas sem disfarce Lanhadas, navalhadas que senti.
Esta brisa promete uma esperança Que possa renovar-me a cada dia. Um grito em liberdade já me alcança E inunda de alegria a poesia...
Como é bela essa luz que me trouxeste, É flor que brota em peito tão agreste...
06
Esses ventos tão mansos que te tocam Bem sei que te amornam calmamente. Amores tão suaves te retocam E formam um macio em tua mente...
Querida tão serena quanto a lua, Depois de toda a noite morna e lenta Ao ver tua beleza toda nua, O coração se atiça e não agüenta
Rebentas nesse toque, quando atiço, Fulguras nessa cama com ardor, Esquece de qualquer um compromisso E ferves como brasa em tal calor...
És fêmea que me morde e ganha o jogo Da chama que incendeio no teu fogo...
07
Essencialmente, eu vago estrelas párias, Estrídulos ouvindo do que fui, Escravo do que passando que não flui E morre entre as espadas, riscas várias.
As vidas mesmo sendo temporárias, Castelo de esperança logo rui, Do quanto ainda quero, alma se imbui, Porém as ilusões são adversárias.
Se o meu verso obsoleto e démodé Trouxesse o corcel baio que não veio, A sorte se moldando sem receio
Talvez inda tivesse o bem que crê Num tempo divisor, hoje e futuro, Diverso do que tento e em vão procuro...
08
Essencialmente, eu quero o teu amor, Embora saiba ser somente um mito, O amor no qual deveras acredito É mais do que um desejo. É um louvor.
Um sonho em perfeição; quero compor, E quando o teu olhar com calma fito, Percebo o quanto há tempos foi escrito A intensa sensação de glória e dor.
Não vejo mais saída; pois sou teu, Força desta emoção me convenceu Que nada mais seria se não fosse
Vassalo deste raro encantamento Que toma a minha vida num momento E torna o dia-a-dia bem mais doce...
09
Essencialmente louco esperei o final Se no meu mundo abstrato, espero pelo abismo, Sorriso da medusa é belo pois fatal... Meus dentes latejando explodem neste trismo.
Restituo o perdão, traduzo-me boçal, Neste universo tenso ansioso exorcismo... Ausculto cada estrela, esfera crucial, Vitória não permite um laivo de ufanismo...
Mergulho meu desejo em procelas medonhas... Um louco, extraviado, aguarda novo rumo... Na cama que durmo, a tristeza traz fronhas,
Noturna, minha chama, incendeia o pavio, Por mais que sempre tente, imbecil, não me aprumo, Morro estupidamente; imerso, vago e frio... Marcos Loures
6310
Essência maviosa, intensa e bela De todas as ardentes seduções. Vivendo nosso amor na nossa estrela, Sorvendo todas nossas emoções...
Ouvindo esse rugir do forte vento, Que vem lá das montanhas, cordilheiras; Amor que não me larga o pensamento, Trazendo as emoções mais verdadeiras...
Invade todo o sonho, brados imensos... Inunda todo o mundo, causa espanto. Deixando meus sentidos todos tensos, Escuto mansamente o largo canto.
E deste canto emana minha paz. Amor que me faz tanto e tanto audaz...
11
Este gosto maligno invade minha boca, O manto cristalino esvai-se na fumaça... Um corpo ensangüentado e roído por traça Abandonado a esmo, a lua não retoca
E deixa à própria sorte, abrindo a dura toca Onde se esconde a dor que, fera já me abraça. O gosto amaro, fel, um copo de cachaça E a noite vai passando impávida e tão louca...
Nos segredos que guardo amores não vividos... Esperança abandona os sonhos esquecidos Na mesa deste bar. Cicatriz que lateja
Dos tempos que pensei nos assentos divinos De tal felicidade. Amores assassinos, Uma alma enlouquecida espreita e já deseja!
12
Este beijo pedido que perdi Na boca que queria, mas não tive Sequer a sobremesa que pedi, Na cama preguiçosa onde eu estive.
Não vive mais sequer esta esperança Da trança da menina que não veio. Apenas me restando uma lembrança Da leve transparência. Um belo seio.
Beleza peregrina não voltou, O beijo não passou duma ilusão. O tempo de viver não mais restou Percebo que foi alucinação.
Depois da tempestade sei das chuvas, Apenas eram verdes essas uvas...
13
Estavas tão faceira em tuas chitas, Vagando quase nua pelos sonhos Que outrora se mostravam mais risonhos Enquanto os teus encantos; arrebitas.
Das prendas mais gostosas e catitas; Momentos sensuais; porém medonhos, Motivos que complexos e bisonhos Palavras sussurradas e mal ditas.
Fenomenal sereia sertaneja, Que tudo o quanto eu quero mais deseja Sabendo descobrir meu ponto fraco,
De tarde sem pudor e sem vacilo, Ao ver que uma barata invade o silo, Impede o seu asilo em teu buraco...
14
De tanto esperar por tua volta, As flores do meu jardim desfaleceram. O brilho desapareceu do meu olhar. Os pássaros de tristeza emudeceram. Foram dias de angústia, Sem saber se um dia voltarias. Pra dar nova vida ao recanto. Trazendo pra meu ego, alegria... Agradeço a Deus por teu regresso. Que digam amém todos os anjos. Que te conserve sempre inspirado, Fazendo de palavras encantos. Saiba que estou do teu lado. Teus poemas admirando.
15
Estás presente, amada, em cada verso Que faço num momento de alegria, O mundo sei que outrora foi perverso, Porém um nosso sonho nasceria,
Riscando num momento este universo, Fazendo deste amor em parceria, O canto em alvorada que bendigo, Amor que há tantos anos eu persigo.
Chegando de mansinho junto a ti, Recebo o doce vento da esperança, Não quero mais saber do que perdi
Se um novo alvorecer amor alcança. Depois que em alegria eu conheci Alguém que me convida para a dança, Marcos Loures
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Estás sempre escondida no meu peito E vives nos disfarces das promessas, Vivendo sem sequer saber direito O mundo vai rodando nas avessas...
Procuro por teu rosto, nada vejo... Decerto estás fugida, nos meus sonhos... E sempre que distraio, te desejo. Não quero sofrimentos mais bisonhos...
Vou vivendo, esperando te encontrar, Quem sabe te encontrei e estás aqui, Nas ruas, nessas praias, no luar... Em todos os momentos que vivi...
De ti, saiba, jamais vou me esquecer Ainda que não possa, mais te ver.
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Eu bebo desta fonte inesgotável A mesma que sacia um trovador, Usando da palavra mais amável Cantando nos meus versos um amor,
Água muitas vezes não potável, Na qual a fantasia faz louvor No mundo muito além do imaginável A senda que em delírios, vou compor.
Se eu, bêbado de luz, sigo o cometa Que passa no meu céu imaginário, Mutante sentimento, audaz e vário
Lançado ao infinito, como seta, Um velho passageiro da esperança, Fazendo das palavras, minha lança. Marcos Loures
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Eu bebo cada gota até o fim Das águas em que banhas tua pele, Entornas teus prazeres sobre mim E ao jogo mais voraz, amor compele
Atrelo dentro em ti o fogo intenso Pintando a tela rara em tal moldura, No quanto sou feliz contigo eu penso Refazendo, sutil, louca procura.
No embalo deste jogo em ziguezague Fronteiras não mais vejo e nem as quero. Que a chama deste amor jamais se apague, É nela que decerto eu me tempero
E faço destas águas o meu mar, Bebendo a noite inteira sem parar... Marcos Loures
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Eu bebo a tempestade Encaro o sofrimento Não fujo da verdade, Engulo fogo e vento,
Porém sem liberdade Morrendo o sentimento, Dependo da amizade, Que bordas num momento.
Nas bordas deste mar, Nos campo descoberto, Às vezes quis amar,
Meu peito estando aberto, Mas nada pude achar, Amor se fez deserto...
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Eu bebo a fantasia, novamente E vivo desta forma, satisfeito. Um trovador que canta simplesmente Amor que não se cala e deste jeito
Caminha pela vida mais contente Abrindo em cada verso, o velho peito, Cansado de saber-se penitente, Percebe no carinho, um grande feito
E ganha a liberdade na esperança De um dia, novamente ser criança. Beleza que sem par tu me revelas
Mudando todo o rumo dessa senda A vida emocionando já desvenda Destino que em ternura agora selas... Marcos Loures
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Eu ando, meu amor , à flor da pele, Tristonho sem motivos aparentes. Sorriso enviesado me repele, Andando com a faca entre meus dentes.
Pavores e temores do vazio. Saudades do que nunca percebera. Tomado em sensação de imenso frio, Matando num inverno a primavera.
Estou com os meus nervos combalidos, Os olhos mais vermelhos anunciam Hiperestesiados, os sentidos; Assim nova paixão já denunciam...
Eu ando à flor da pele; por favor, Não negue minha cura: o teu amor!
22
Eu ando procurando meus disfarces, Em meio a tantas vidas que passei. Milhares, diferentes, tantas faces. Fugindo, procurado, sem ter lei.
Não pude nem queria que me amasses, Somente teu sofrer; amor, busquei Seria tua herança, meus enlaces, Sofrimento, matéria em que sou rei!
Nos túmulos cativos que carrego, Correntes me ataram pela mão. Em meio a tanta luz, seguindo cego,
Nos fúnebres delírios do perdão, Não posso nem desejo, tudo nego, Seria tão somente uma ilusão.
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Eu ando meio triste, amargurado, Falando com paredes, quase insano, De todo este caminho desejado Apenas recolhi mais desengano.
Na festa dos sentidos, maltratado. Amor que se escondeu sob este pano, Enfim silencioso, até velado, O amor que fora outrora soberano
Parece que não teve um bom final. Decerto esta morena magistral Olhando para os lados percebeu
Que havia algo de podre se espalhando No reino que caindo e desabando Sem forças pra lutar, de amor morreu... Marcos Loures
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Eu ando a mendigar pelas estradas Buscando por amparo e nada vem... Ninguém a me sorrir, noites geladas, Anseio por carinhos mas, ninguém!
As rosas se morreram, desfolhadas, Os cálices de vinho, quero alguém! As ondas se passaram, naufragadas Distantes dos meus sonhos. Perco o trem...
Não tenho mais saída, sou revés. Rastejo pelo mundo, quebro os pés. A morte, redentora, não se tarda!
Uma esperança frágil inda resta, Quem sabe voltarei de novo à festa Da vida, nas mãos santas de Bernarda! Marcos Loures
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Eu ando à flor da pele, mas sincero. Lanterna que perdi, noites e trevas, Minha alegria, amada sei que levas Deixando muito mais que, tolo, espero.
Sabujo de emoções, mal sobrevivo, E morro a cada dia, mais banal. O beijo da esperança foi fatal, Mantenho o coração frágil e altivo.
A forca talvez fosse a solução, Dos sonhos do passado, este dissídio Num transe feito em luta e suicídio
Mostrasse finalmente a floração Deste canteiro inútil em que cevei O amor que futilmente eu esperei... Marcos Loures
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Eu ando à flor da pele ultimamente Tomado pela imensa solidão, O amor já sonegou a solução E o fogo do desejo queima, ardente.
Lembrando do teu corpo, minha mente Vencida pela insânia em sedução Procura nos lençóis sobre o colchão E nada de te ter, infelizmente...
Saudade do prazer que desfrutávamos Enquanto loucamente nos amávamos Sem freio, sem medida e sem pudor.
Agora a noite passa tão sozinha, A moça que julguei fosse só minha Esconde sob a saia, a bela flor...
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Eu amo-te de forma, assim, tamanha Que nada neste mundo se compara. A gente tanto perde quanto ganha, Mas encontrei em ti mulher tão rara
Que sempre meu desejo já se assanha Me entrego em tuas mãos e a vida pára Desvia para ti toda essa sanha, Pois sabe que teu colo sempre ampara
O sonho mais bonito que já tive No canto magistral de fino amor. Desculpe se jamais eu me contive
E sempre declarei o meu desejo De ter teu rosto lindo e sedutor, Marcado em minha vida por um beijo... Marcos Loures
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Eu amo você, sabe bem disso, Porém são tantas coisas que magoam... Palavras escolhidas, compromisso... As aves sem gaiola sempre voam...
Mas tenho tanto amor que não se acaba... Meu sonho tem as asas que preciso... Embora tanta coisa, assim, desaba, Não canso de buscar o paraíso...
Entendo tanto medo assim da vida, Entendo a solidão, é camarada... Mas saiba que busquei em si querida, O cheiro da manhã toda orvalhada...
Senti tantas promessas em você, Diga-me, por favor, amor cadê?
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Eu canto uma esperança de te ver, Refém deste desejo, vou ao léu E vejo em cada estrela em belo céu, A luz que me dirá aonde ter
Delícia feita em cana, em doce e mel, Gostoso de provar e de reter Nos lábios e depois ao te sorver; Voar imaginário, ser corcel...
Vivendo esta ilusão que não termina Nem mesmo quando o sol nos ilumina, Eu sigo noite e dia nesta busca.
Mas sei que tu virás. Isso não tarda, Apenas a distância nos retarda, Porém eu te garanto, não ofusca...
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Eu canto simplesmente por prazer. Desafinada a voz, resta a palavra. Embora tanta coisa por dizer, Um lavrador escolhe sua lavra.
Poderia dizer da dor terrível, Da solidão, do medo e da saudade. Do mundo que derrama mal incrível De todas as agruras, na verdade...
Poderia falar deste vazio Que toma todo peito vem em quando. Da seca, da miséria ou mesmo o frio, Que queima; que tortura e vai matando.
Em meio a tanto mal e tanta dor, Recheio esses meus versos com amor
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Eu canto sem querer saber se agrado, Apenas por prazer e nada mais. Os versos mesmo quando são banais Traduzem de minha alma, o seu recado.
O quanto neste mundo malfadado Eu bebo sem temer estes boçais Tampouco estes pernósticos chacais, Que vivem devorando o meu gramado.
Não uso mais arreios, nem chibatas, Com toda imprecisão nas porcas patas Somente vão fazendo o meu sucesso.
Aos críticos eu dou esta banana, Palavra de ciúme não empana O brilho que imodesto, aqui confesso...
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Eu canto o nosso amor por sob as fráguas Da lua que se encanta e se abandona; Ouvindo, ao fundo, o ritmo destas águas Que correm devagar, amor à tona. Embora estejas perto, não me escutas Ou finges que não ouves meu cantar, As chances deste amor são diminutas Mas tenho um aliado: este luar; Que entrando no teu quarto já te banha E beija-te nas coxas, boca e seios, Vontade de te ter já é tamanha Que perco meu juízo e meus receios, Mergulho no luar, invado o quarto, Depois deito ao teu lado... Morto... Farto...
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Eu canto meu espanto e meu afago No campo das estrelas e de Marte Depois deste terceiro ou quarto trago A mão tremula em sonhos a minha arte.
De ser um aprendiz a cada dia E nunca ser feliz por um segundo. Mas tendo como amiga a poesia, Enfrento todos males deste mundo...
Não sinto mais o frio nem calor, A morte não me traz nem mesmo treva A sorte de viver um grande amor, O tempo, sem juízo, logo leva...
Mascote de mim mesmo, sem ser dono, Na cama irei dormir pleno
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Eu canto esta cantiga Abrindo o coração, Ternura que se abriga Nos braços da paixão,
Que tudo assim prossiga, Sem medo ou compaixão, Atados; forte liga, Ensinando a lição
De amar eternamente E ser feliz por isso, A vida novamente,
Mostrando o compromisso Carinho que não mente Trazendo um bom feitiço..
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Eu canto esta amizade como fonte De toda inspiração destes meus versos, Abrindo com certeza, um horizonte Em meio a tantos males tão adversos. Amigo é companheiro que se conte Pra atravessar milhares de universos, Mesmo que a dor, no fundo já desponte Amigo nunca deixa-nos dispersos... Não quero construir uma parede Que nos separe; irmãos, em nossas vidas, De estar bem perto a ti, eu tenho sede. Não quero a solidão. Fraternidade! Eu quero as nossas almas reunidas Na ponte construída: Uma amizade!
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Eu canto e não me canso de cantar Lavando o pensamento em notas vivas. Enquanto da esperança tu me privas Eu teimo em perceber luz e luar.
O quanto que te amei, não vou negar, Nos olhos de quem ama; mil ogivas Estrelas tão distantes viram Divas Riscando frágeis trilhos sobre o mar.
Esqueço no tinteiro da ilusão As cores com que douro o sentimento, Buscando em cada sonho o meu provento,
Perdendo totalmente a direção Não vejo outra saída senão esta, Usando toda a força que inda resta...
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Eu canto como canta uma cigarra, Sobrevivente desta luta inglória Trazendo no meu verso a minha história Na qual a minha voz teima e se agarra.
Vencendo os descaminhos, vou na marra, Não trago os dissabores na memória, Por mais que a noite seja merencória E a lua vai minguante, cimitarra,
Eu creio no final na lua cheia, Que prata neste céu tudo incendeia No belo plenilúnio em perfeição.
Fazer do amor o mote preferido, E mesmo que me sinta preterido Não vejo outro caminho ou solução...
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Eu canto a meus amigos com certeza, São tantos os momentos delicados Em plena fantasia ou na tristeza Por mais que tão difíceis os meus fados...
Amigos com certeza não dispenso, A vida necessita deste abraço Em todos os caminhos, sempre penso Amigos, vão vencendo esse cansaço
Cansaço de viver tanta amargura No vinho que embriaga, uma paixão... Quem tem amigo sabe da ventura Que bem que ele nos faz ao coração!
Portanto eu nunca temo mais perigos Certeza de que tenho meus amigos!
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Eu cantarei a festa dos meus sonhos Nos braços das amantes que não tive... No fundo percebi que são medonhos O mar em desamor aonde estive.
Mansão dos pesadelos mais tristonhos Pátio da solidão, que é onde vive O que sobrou de amores tão bisonhos. Eu cantarei a festa que me prive
Dos prantos que são bússolas errantes... Meus olhos já não vibram verdejantes, Decanto tantas flores e peçonhas...
Imóvel o meu barco não percorre Mares onde sangrei... A vida escorre Pelos meus dedos frágeis... Onde sonhas...
6340
Eu busco, n’aguardente tal resposta, Que possa permitir sobrevivência... A mesa da taberna está disposta, Teus olhos, no luar, coincidência...
na ronda este casal, no amor aposta depois de certo tempo – penitência... já doem com certeza antiga crosta Que trago sem pensar em providência.
Bem sei que se pudesse ser teu dono, Não mais prosseguiria solitário, Calado eu vou seguindo no abandono,
A tristeza fazendo aniversário... porém em cada gole de cachaça A alegria desanda e a vida passa...
41
Eu busco teu olhar por essas ruas Não ouço tua voz e vou sozinho... Às vezes penso, amor; que já flutuas; E te procuro só, perco o carinho...
Eu busco o teu sorriso nesta estrada, Não vejo nem o brilho desta boca. Eu procuro o teu rosto, encontro nada... Vontade de encontrar, angústia louca.
Só restam os meus versos... Neles sim, Eu te encontro e te sinto do meu lado... E percebo que moras dentro em mim, Num cofre pelo amor trancafiado...
E sinto o teu carinho... Liberdade... E posso enfim sentir: Felicidade!
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Eu busco a tua imagem dentro em mim, Reflexos deste sonho que nos toma, Teu corpo, em minha pele, bela soma, Dourando com carícias o jardim.
Do mundo tão amargo de onde vim, O vento da saudade não se assoma, Do fruto da esperança que se coma Dizendo deste amor que eu vejo, enfim.
Meus olhos te procuram no infinito E encontram nas estrelas, no luar, O gozo deste amor, perfeito rito
Que um dia pude em paz, imaginar, Tu és a companheira que eu queria, Constelação suprema que me guia... Marcos Loures
43
Eu bem sei que me odeias. Tenho pena, Pois pensava que fosses mais gentil. De tudo o que vivemos; nada viu, Nem sombra de saudade ainda acena.
Tua alma é tão vazia e tão pequena Guardando um sentimento tolo, vil. Matando toda a cor de um belo abril Artista que destrói a tela, a cena.
Nas cores e nas folhas espalhadas, Outono onde tu foste a minha luz. Nas folhas dos cadernos arrancadas
Depois de tanto lume, tanta briga. Sereno sentimento vira cruz. Um coração menor; quanto ódio abriga!
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Eu bem sei que jamais tu mentirias, Verdade é aliada e companheira... O medo destas noites, longas, frias, Por certo perseguiu-te a vida inteira...
Nas mãos tão carinhosas, ventanias, Orgulho te servindo de bandeira... Na chama das mentiras não te ardias, Na vida, sempre foste verdadeira!
Não há um ser humano que cobice, Nem queres os engodos da riqueza. Sem reino tu és mais que uma princesa,
És dona da verdade, cara Alice. Embora tantas dores isto traga. Um Deus tão benfazejo já te afaga!
45
Etéreos viajantes pelo espaço, Flutuam nossos versos, ganham vida Sentindo este calor do teu abraço, Minha alma te buscando, decidida.
Na cama; mil estrelas... Não disfarço E caço esta presença mais querida. Do amor que se envereda, cerra o laço E toma tua mão tão distraída...
Perfumes e desejos que se exalam Do canto que fazemos sem ter tréguas. As vozes, pensamentos, se acasalam
E formam novo ser, qual fora um filho, Distante deste mundo tantas léguas, Fecunda-se e se entranha brilho a brilho...
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Etérea poesia que te faço Nem penso mais pedir tua atenção Não posso nem concebo mal disfarço Tomado por sublime sensação.
Eu sinto teus vapores delicados Delícias de perfumes naturais. Vagando sem ter rumo por teus prados Transporto meu amor para o teu cais.
Desejos fervilhando me alucinam, E rodam me queimando nesta ardência Aos poucos, totalmente, me dominam. Não deixam nem sequer pobre clemência...
E vivo em transparências tais enredos, De camas, pernas, coxas, de segredos...
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Esvaio em podridão, nas fétidas aragens Dissolvido o meu sonho, apenas resta o vago. Cadáver da ilusão, o tapa feito afago Entranho uma pantera atroz. Libidinagens...
Degraus da escadaria expondo as paisagens Confusas, sensuais, um gole falso, eu trago E bêbado desnudo, ultrajes deste mago Amor que num escárnio inunda rios, margens...
Agarro o meu espectro e nele reproduzo O olhar de quem se foi, estúpido ou obtuso, Sepulcro aonde jazo, e disso inda me orgulho.
Da velha fantasia em forma de oratório, Carpideira ilusão aguarda o seu velório, E do alto do edifício, em paz salto e mergulho...
48
Estúpidos profetas da esperança. Não vêm que do nada, o nada vem. Enquanto esgoto da alma segue, avança Jamais esperarei do homem, um bem.
Agreste coração deixa em herança O escárnio e a falsidade. Eu sei que tem Apenas o vazio que me alcança. Espero que eu não seja outro também
Que esconde a podridão sob o sorriso E vende uma ilusão como verdade. Ao denegrir em gozo, a mocidade
Abismos se criando, sem aviso. Nas carnes das meninas e meninos, Na venda e compra, espelhos cristalinos... Marcos Loures
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Estúpidos cristãos que se venderam Ao velho Constantino em frio ardil, Os semideuses novos conceberam, De um modo sem escrúpulos e vil.
O próprio aniversário de Jesus, Trocado tão somente pelo gozo, Daquele que vestindo falsa cruz, Tornou o Teu Natal tão pegajoso.
Já não bastara a Ti, o sofrimento, Seria necessária esta vendeta, Igreja propagando a cada vento A morte dos que sabem da falseta.
Profetas do passado, Apocalipse, Fazendo no Teu Sol, fútil eclipse.
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Estúpido canalha que me corta, Aprofundando a adaga vai impune. A sorte que quisera; jaze morta Ao mesmo tempo em que um amor desune.
Felicidade em ti foge e se aborta, Ao mesmo tempo ri depois me pune. Arromba sem pedir, adentra a porta E pensa que inda sou à dor imune.
Mendigas por carinhos, ironias... Esbalda-se nos sonhos que tu crias, Depois em gargalhada escapa, farto.
Entrega-se ao menor sinal de amor, Para escapar algoz, vil traidor. Deixando como herança, amargo infarto...
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Estudos que comprovam publicados Lançados sem sequer contestação Assuntos tão sutis e delicados, Merecem toda consideração.
Estatísticas mostram novos dados, Que vão fazer total revolução. A virgindade traz maus resultados Causando essas doenças sem perdão.
Por isso minha amiga e companheira Farei a boa ação que salvará Você da noite fria e derradeira,
De uma doença dura de amargar, Pressinto que este dia chegará, Por isso venha logo vacinar...
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Estrídulos que ouvira em noite imensa, Resíduos do que fomos e não trago. Espinhos matam gomos, num afago Na gênese, ansiada recompensa.
Não tendo quem conheça e me convença Eu vivo o que perdi, e nisso alago Os olhos. Destroçando cada bago Trigal de sonhos morre. Vida tensa.
Atento aos pênseis passos, eu tropeço E vigorosamente não impeço O passo que transcende à corda bamba.
Enquanto a poesia não descamba Eu fujo desta tumba que me aguarda, Usando uma mortalha como farda... Marcos Loures
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Estrelas tão diversas, multicores, Espalhas ao andares pelas ruas Deixando tantas marcas que são tuas Prenúncios benfazejos dos amores
Que seguem cada passo aonde fores Nos rastros onde sempre continuas Pegadas que não deixas, pois flutuas Apenas recendendo a raras flores.
A vida embora às vezes tão sombria Marcada por ausências, por adeus Ao ter em maravilha aromas teus
Encanta-se e permite esta magia De um sonho transbordando amor em mim, Na mágica ilusão de teu jardim... Marcos Loures
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Estrelas se esparramam pelo chão Acompanham teus passos na calçada, Ao ver a estrela guia, com emoção, Vislumbro a minha vida iluminada.
Nos olhos, a completa perfeição, A boca em carmesim, adocicada, No corpo, a maravilha em tentação Brilhante, deslumbrando toda a estrada
Amor abençoado te acompanha, Com olhos desejosos e sutis. A lua que surgindo na montanha
Faz loas em luares para ti, Poder estar contigo é ser feliz, É muito mais que, um dia, eu mereci... Marcos Loures
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Estrelas refulgentes, brilho esparso; Rondando minha noite em falsos brilhos. Meus olhos são eternos andarilhos. No fundo, solitário, mal disfarço.
Enquanto pouco a pouco eu já me esgarço, Nas mãos de quem adoro, estes gatilhos Retornam vez em quando. Os estribilhos São chuvas de verão no outono, em março
Fechando enfim meu ciclo de esperanças. Resguardo alguns momentos, as lembranças Se fazem mais cruéis pra quem não cabe
Nem mesmo nos seus sonhos. Velho traste! Agora, eu já nem sei se tu notaste: Quem cala não diz nada ou nada sabe?
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Estrelas que rodeiam essa lua Que transformada em mágico brinquedo Porém tão enganosa bela e nua Pretende ser tocada por um dedo.
Rabiscada na folha de papel, Em grafite, parece um doce seio, Brilhando em gigantesco e belo céu. Tramando nova vida sem receio...
Porém o que eu pensava já não era, Em verdade era simples fantasia, São luzes que me enganam da quimera Jamais o belo que eu queria...
Amor, depois senti com emoção, Guardados, esperando lábios, mão...
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Estrelas que mergulham no horizonte Mostrando qual caminho vou seguir Indica no mergulho rara fonte Aonde meu amor, usufruir.
Encontro senda bela e tão florida Marcada por milhões de rosas, lírios. Estrada perfumada assim, querida, Trazendo em minha vida, mil delírios...
Agora que caminho do teu lado Percebo quanto é bom saber das flores. Vivemos neste amor, um lindo prado Tomado por estrelas, flor, amores...
Estrada que passamos, sem aviso, Levava com certeza ao paraíso... Marcos Loures
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Estrelas que esparramas pelas ruas, Deixando nos teus rastros, deidade Nos sonhos mais bonitos continuas A transformar amor em realidade.
Percebo: não caminhas; já flutuas Aladas emoções, felicidade. Embora na inconstância quais as luas, Transmites a total sinceridade.
Na fuga de andorinhas migratórias As horas vão passando em fluidez Distante de teus braços, merencórias
Legando a quem te adora, insensatez. As sendas em que passas, belas, flóreas Dourando minha vida em tua tez...
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Eu amo tuas luzes que sei raras, Nos astros que caminhas, sem destino... As noites em teus olhos, sempre claras, No brilho libertário e cristalino...
A pele que palpita cicatrizes Marcada pelos ventos que vieram, Os tempos que pensamos mais felizes, Guardados, escondidos, desesperam...
Amada como é bom te ver aqui, Desnuda com teu fel, plena fervura... Depois dessa ventura que perdi, As luzes se escondendo em noite escura.
Recorro a triste chama da saudade, Buscando em nossos restos, claridade...
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Eu amo meu amor tão simplesmente Que nada mais importa nem por que. Sabendo que viver sem ter amor Não cabe e nem pergunto mais cadê
Amor não se conjuga, se completa, Se faz e se desfaz e nem se importa. Falar de tanto amor se for poeta Ao mesmo tempo fecha e abre a porta.
Amor é fonte amada em si se esgota Se cabem mil mistérios, um milhão... Amor p’ra ser amor não sabe cota Invade cada canto, mar, grotão...
Amor é quase morte, no prazer. No entanto quase mata e faz viver...
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Eu amo meu amor completamente, Em atos e palavras, cada dia... Vertendo nesse amor, o corpo, a mente, Invade mansamente a poesia...
Amor que não se mede e se procura Em atos e desejos delirantes. Vibrando totalmente de ternura, Amor que se tortura nos rompantes...
Amantes deste amor quase sincero, Dormimos abraçados, sonhos vários, Nos braços que mergulho sempre espero O canto em liberdade dos canários...
Amor que plenamente não me ilude, Porém vivo esse amor em plenitude...
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Eu amo a tua pele, seios, boca, Delírios que sabemos desfrutar, No gozo que me dás, sabes sem par, Derramo este rocio em cada toca.
E enquanto flui, a chama desemboca Transforma o corpo nu em belo altar, À luz e à claridade do luar Desvendo os teus segredos; a alma invoca
Convida para a festa de nós dois Sem ter preocupação com o depois, Rolando sobre as sedas dos lençóis
As nossas madrugadas são assim, O amor vem invadindo tudo em mim Deixando como rastro, imensos sóis.
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Eu agradeço ao Pai tanta amizade Que é feita em proteção e em laço forte. Alçando mais depressa a liberdade Encontro em minha sina, um novo norte
Na luta em alcançar felicidade, Nos braços do Senhor, santo suporte, Mostrando com justiça e caridade A cura para a dor de antigo corte.
Senhor, meu Pai querido, meu Irmão Em Tuas mãos a vida já prospera Matando uma tristeza feita fera
Abrindo os meus caminho, protegendo, Louvando amor profundo e no perdão A vida, um bem sagrado, enaltecendo...
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Eu agradeço amor por esta sorte Que trouxe uma sem fim felicidade, Quem fora simplesmente sangue e corte, Agora se permite a imensidade. Ganhando o paraíso, eu conheci Das terras planaltinas, a princesa Que se entregou ao manso colibri Enchendo de alegria, a natureza, Nas danças, nas andanças sem sentido, Nos sonhos mais bonitos um castelo Em pleno coração do reino erguido, Imenso e gigantesco, calmo e belo, Para homenagear a sensual Princesa, este caboclo Taj Mahal... 65
Eu agradeço a ti, minha querida Notícias que tu trazes para mim. Não há, tomara Deus, risco de vida, Decerto acabará tão bem no fim.
A prece que ora faço com fervor Terá bons resultados, nisso eu creio. Poeta que espalhando tanto amor Não traz dentro do peito algum receio.
Voar qual passarinho solto ao vento, Além de simplesmente poesia, Já basta para o nosso pensamento Que a todo instante um sonho sempre cria.
Mantenha, por favor sempre contato, Eu agradeço e rezo, aqui, de fato... Marcos Loures
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Eu agradeço a ti amigo Bento Saber da falsidade em que foi feito O Reino que deixaram num momento De amor e de pureza. Contrafeito
Percebo que não tenho mais direito De estar neste covil. Isso eu lamento, Trazendo na verdade sofrimento A quem sabe da serpe e do seu jeito.
Eu te agradeço amigo, pois me ensinaste Que a porta escancarada é para os pios. Para os doentes sempre está fechada.
Um imbecil pensando que houve uma Haste Que veio para os pobres, pros vadios, Percebe que não vale mesmo nada...
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Eu agradeço a Deus por ter me dado O sol que emoldurando cada dia Tornando todo ser iluminado Derrama sobre todos poesia...
Recebo o teu carinho de bom grado E nele encontro fontes de alegria, No amor que deve ser ilimitado O amor que reproduz e se recria.
Não temo as injustiças nem castigo Sabendo que em MEU PAI encontro abrigo Durante o vendaval, dura tempesta.
Trazendo o coração assim exposto, O vento que batendo no meu rosto, Convida para a vida em plena festa... Marcos Loures
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Eu admito meus erros, mas não posso Suportar tão calado os destemperos, Teus brados sem limites, duros, feros Transtornam e provocam alvoroço.
Cansado deste jeito, até o pescoço Procuro noutros colos, os temperos Aonde se demonstre com esmeros A carne mais suave sem ter osso.
Não quero o sofrimento como mote, Quebraste sem juízo, o velho pote E todo o mel do amor já se perdeu.
Não vejo outro caminho para nós, O amor não pode ser o nosso algoz, Eu quero ser contigo e não ser teu... Marcos Loures
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Eu adivinho os seios mais perfeitos Debaixo desta blusa em que me ostentas Com olhos delicados, satisfeitos Causando as sensações mais violentas.
Do jeito que desfilas e me atentas Deliciosamente tais confeitos, Eu penso mais depressa nos meus pleitos, Vontades e delírios que fomentas...
E fico aqui babando sem poder Usufruir de tais especiarias, As noites continuam tão vazias,
E a cada novo dia passo a ver Seios que bem sei não serão meus, Delírios nestes seios belos... teus... Marcos Loures
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Eu acordo abraçando o travesseiro Relembro do cenário deste sonho. Apenas o recado no cinzeiro Jogado sobre o nada recomponho.
Num truque assim banal, a vida passa, Nas cordas trapezistas, palcos, risos. Expressam o final desta trapaça No encanto de palhaços, falsos guizos.
Avisos de espetáculos vindouros, Salões de festa, danças, refletores, Os sonhos do quem dera duradouros Momentos sem finesse em dissabores.
Olhar enamorado sobressalta Deitando sobre as luzes da ribalta.
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Eu acertei; amor, na Mega-Sena! Agora vou viver o que eu quiser Trocando de automóvel, de mulher, A sorte se mostrou, enfim, mais plena.
Viver no Paraíso. Pra quê pena? Eu topo, agora tudo o que vier, Comprar um palacete. Qual? Qualquer! Coluna social, fortuna acena.
Trocar de dentadura, ter jatinho, No lugar da cachaça, uísque e vinho. Esqui em Bariloche. Como um rei...
Farei o que eu quiser da minha vida... Seis horas da matina... Ah. Querida. Despertador avisa: eu acordei! Marcos Loures
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Eu acabei com tudo! Não te quero... Meus olhos lacrimosos nada falam... O tempo que perdi, jamais espero, As dores que vivi, jamais se calam!
Nos sonhos que passei, amor tão fero As flores que plantei, já não exalam Perfumes... Quem me dera fosse vero Amor. Mas, maltratando, nos embalam...
Foste força feroz, fera deixaste... Nas feridas profundas, cicatrizes... Se nas plagas distantes me cobriste;
Nessa valas abertas, já cuspiste... Mascaste o coração... Fomos felizes. A morte, recompensa que pagaste! Marcos Loures
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Eternizar em paz o sentimento Que rege o pensamento e toma a vida. Olvido qualquer tipo de lamento Sabendo da vitória a ser cumprida.
O amor gerando amor como rebento Ajuda a suplantar a dura lida. Tentando ser feliz, todo momento Expressa dos temores, a saída...
Contigo nada temo, saiba disso, Carrego uma esperança no meu peito Dizendo deste encanto: amor sincero.
O olhar anteriormente tão mortiço, Brilhando noutro olhar, vai satisfeito Trazendo, na verdade o que mais quero... Marcos Loures
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Eternidade! Sonho dos mortais Escombro sem sentido, sentimentos... As regiões profundas, abissais, Demonstram minhas ânsias e tormentos...
As sombras dos amores, espectrais, Vagando por meus loucos pensamentos. Abrindo seus caminhos, meus portais, Espraiam-se na fúrias destes ventos!
Quem me dera encontrar a compaixão De quem fora imortal pressentimento... Fantásticos meandros da paixão,
Devorando, ignorando resistência, Amor em desespero bate lento... És minha razão, Edna, de existência!
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Eternidade em sonhos, que prevejo, Qual mãe que se remete ao filho amado, Depois de tanto tempo ainda vejo, O teu sorriso feito um Eldorado.
Marcando cada fase desta vida, A companheira sempre está comigo, Revendo o que se fez noite querida, Eu tenho todo amor que inda persigo.
Vasculho pelos céus, constelações, Na prata desta lua, eu te encontrei, Deitado sob as tramas das paixões, Alucinadamente me fiz rei.
Da dura tempestade, insana fúria, O fogo do prazer, santa luxúria... Marcos Loures
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Eternamente estar apaixonado Por quem já dominando os meus sentidos, Em meio a tantos risos e gemidos Espalha este prazer iluminado.
Deixando estes espinhos no passado, Meus olhos vão buscando, convencidos, O brilho de teus olhos percebidos Num templo ao deus do amor glorificado.
Quem dera se eu pudesse... quem me dera. O amor que nos domina e nos tempera Fazendo da alegria, o nosso tema
A lua se derrama sobre ti Argêntea fantasia em que me vi, Rompendo das tristezas cada algema... Marcos Loures
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Eterna sensação de riso e festa Toando em nossos sonhos traz a lua Que adentra soberana em cada fresta E encontra a minha estrela bela e nua.
E nisso a poesia quer e atesta Encanto sem limites continua, Eufórica emoção amores gesta Nos palcos da ilusão, a glória atua
E molda com serena precisão, Formando um novo templo a cada dia, Envolto pelas teias da paixão
A gente bebe além, e quer bem mais, Ardências desejosas, amor cria Nas tramas tão suaves, sensuais... Marcos Loures
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Eterna sensação de estar vazio, Vertendo dos meus olhos em cascata O tempo que busquei não fantasio Apenas este nada me arrebata.
Ao verso que em loucuras quero e crio A morte se aproxima e me arremata O vento em que distante principio O incêndio que assolando, toma a mata
No quase em que mostrei a minha face Desnuda, sem querer que algo me embace Eu vejo simplesmente o que não fui
O tempo se escorrendo de mansinho, Permite que eu me veja mais sozinho, Enquanto uma ilusão, depressa, rui.. Marcos Loures
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Eu fico assim, parado, abestalhado, Quando essa moça passa por aqui, Meu coração batendo maltratado, Se perde nesse jambo-sapoti... Morena como eu quero o teu querer, Te levo para casa e dou carinho, Eu juro que não vai se arrepender, Te dou o meu regaço, o meu cantinho... Toco viola, amor, a noite inteira, Cantando tanta musga só pro ocê, Faço batata-doce na fogueira, Depois, nós dois juntim, ocê vai ver! É fogo se espalhando no paiol, Quentura mais maió? Nem a do sol!
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Eu fico aqui penando pelos cantos Sabendo que quem vai não quer voltar. Não quero derramar mais os meus prantos, Preciso tão somente descansar.
Tomado pela força dos quebrantos A vida vai passando devagar, Em meio às ilusões e desencantos Não tenho quase nada pra provar.
Somente o que se deu e não me quis, Embora mesmo assim, seja feliz E nada impressionando desde agora
Permito que se faça um novo teste, Que mostre esta verdade e que me ateste O medo que eu trazia? Joguei fora... Marcos Loures
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Eu fico a suspirar quando não vejo Aquela que desejo mais que tudo, Amor, tanta saudade deste beijo Que deixa o coração dum homem mudo. Não sou um passarinho na gaiola Que canta tão distante do seu bem, Meu peito no seu peito quando cola, Nunca mais vai dar bola pr’outro alguém. Minha alma na sua alma se consola, Depressa meu amor que a chuva vem, No barro da paixão, amor se atola, Não penso, amor te juro, em mais ninguém. Depressa vem pra casa, vem ligeiro, Deixa eu te carinhar, te dar um cheiro!
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Eu canto meu espanto e meu afago No campo das estrelas e de Marte Depois deste terceiro ou quarto trago A mão tremula em sonhos a minha arte.
De ser um aprendiz a cada dia E nunca ser feliz por um segundo. Mas tendo como amiga a poesia, Enfrento todos males deste mundo...
Não sinto mais o frio nem calor, A morte não me traz nem mesmo treva A sorte de viver um grande amor, O tempo, sem juízo, logo leva...
Mascote de mim mesmo, sem ser dono, Na cama irei dormir pleno abandono
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Eu canto esta cantiga Abrindo o coração, Ternura que se abriga Nos braços da paixão,
Que tudo assim prossiga, Sem medo ou compaixão, Atados; forte liga, Ensinando a lição
De amar eternamente E ser feliz por isso, A vida novamente,
Mostrando o compromisso Carinho que não mente Trazendo um bom feitiço..
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Eu canto esta amizade como fonte De toda inspiração destes meus versos, Abrindo com certeza, um horizonte Em meio a tantos males tão adversos. Amigo é companheiro que se conte Pra atravessar milhares de universos, Mesmo que a dor, no fundo já desponte Amigo nunca deixa-nos dispersos... Não quero construir uma parede Que nos separe; irmãos, em nossas vidas, De estar bem perto a ti, eu tenho sede. Não quero a solidão. Fraternidade! Eu quero as nossas almas reunidas Na ponte construída: Uma amizade!
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Eu canto e não me canso de cantar Lavando o pensamento em notas vivas. Enquanto da esperança tu me privas Eu teimo em perceber luz e luar.
O quanto que te amei, não vou negar, Nos olhos de quem ama; mil ogivas Estrelas tão distantes viram Divas Riscando frágeis trilhos sobre o mar.
Esqueço no tinteiro da ilusão As cores com que douro o sentimento, Buscando em cada sonho o meu provento,
Perdendo totalmente a direção Não vejo outra saída senão esta, Usando toda a força que inda resta...
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Eu canto como canta uma cigarra, Sobrevivente desta luta inglória Trazendo no meu verso a minha história Na qual a minha voz teima e se agarra.
Vencendo os descaminhos, vou na marra, Não trago os dissabores na memória, Por mais que a noite seja merencória E a lua vai minguante, cimitarra,
Eu creio no final na lua cheia, Que prata neste céu tudo incendeia No belo plenilúnio em perfeição.
Fazer do amor o mote preferido, E mesmo que me sinta preterido Não vejo outro caminho ou solução...
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Eu canto a meus amigos com certeza, São tantos os momentos delicados Em plena fantasia ou na tristeza Por mais que tão difíceis os meus fados...
Amigos com certeza não dispenso, A vida necessita deste abraço Em todos os caminhos, sempre penso Amigos, vão vencendo esse cansaço
Cansaço de viver tanta amargura No vinho que embriaga, uma paixão... Quem tem amigo sabe da ventura Que bem que ele nos faz ao coração!
Portanto eu nunca temo mais perigos Certeza de que tenho meus amigos!
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Eu cantarei a festa dos meus sonhos Nos braços das amantes que não tive... No fundo percebi que são medonhos O mar em desamor aonde estive.
Mansão dos pesadelos mais tristonhos Pátio da solidão, que é onde vive O que sobrou de amores tão bisonhos. Eu cantarei a festa que me prive
Dos prantos que são bússolas errantes... Meus olhos já não vibram verdejantes, Decanto tantas flores e peçonhas...
Imóvel o meu barco não percorre Mares onde sangrei... A vida escorre Pelos meus dedos frágeis... Onde sonhas...
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Eu busco, n’aguardente tal resposta, Que possa permitir sobrevivência... A mesa da taberna está disposta, Teus olhos, no luar, coincidência...
na ronda este casal, no amor aposta depois de certo tempo – penitência... já doem com certeza antiga crosta Que trago sem pensar em providência.
Bem sei que se pudesse ser teu dono, Não mais prosseguiria solitário, Calado eu vou seguindo no abandono,
A tristeza fazendo aniversário... porém em cada gole de cachaça A alegria desanda e a vida passa...
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Eu busco teu olhar por essas ruas Não ouço tua voz e vou sozinho... Às vezes penso, amor; que já flutuas; E te procuro só, perco o carinho...
Eu busco o teu sorriso nesta estrada, Não vejo nem o brilho desta boca. Eu procuro o teu rosto, encontro nada... Vontade de encontrar, angústia louca.
Só restam os meus versos... Neles sim, Eu te encontro e te sinto do meu lado... E percebo que moras dentro em mim, Num cofre pelo amor trancafiado...
E sinto o teu carinho... Liberdade... E posso enfim sentir: Felicidade!
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Eu busco a tua imagem dentro em mim, Reflexos deste sonho que nos toma, Teu corpo, em minha pele, bela soma, Dourando com carícias o jardim.
Do mundo tão amargo de onde vim, O vento da saudade não se assoma, Do fruto da esperança que se coma Dizendo deste amor que eu vejo, enfim.
Meus olhos te procuram no infinito E encontram nas estrelas, no luar, O gozo deste amor, perfeito rito
Que um dia pude em paz, imaginar, Tu és a companheira que eu queria, Constelação suprema que me guia... Marcos Loures
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Eu bem sei que me odeias. Tenho pena, Pois pensava que fosses mais gentil. De tudo o que vivemos; nada viu, Nem sombra de saudade ainda acena.
Tua alma é tão vazia e tão pequena Guardando um sentimento tolo, vil. Matando toda a cor de um belo abril Artista que destrói a tela, a cena.
Nas cores e nas folhas espalhadas, Outono onde tu foste a minha luz. Nas folhas dos cadernos arrancadas
Depois de tanto lume, tanta briga. Sereno sentimento vira cruz. Um coração menor; quanto ódio abriga!
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Eu bem sei que jamais tu mentirias, Verdade é aliada e companheira... O medo destas noites, longas, frias, Por certo perseguiu-te a vida inteira...
Nas mãos tão carinhosas, ventanias, Orgulho te servindo de bandeira... Na chama das mentiras não te ardias, Na vida, sempre foste verdadeira!
Não há um ser humano que cobice, Nem queres os engodos da riqueza. Sem reino tu és mais que uma princesa,
És dona da verdade, cara Alice. Embora tantas dores isto traga. Um Deus tão benfazejo já te afaga!
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Eu bem sei quanto vales, meu amor... Uma noitada, um bar, cetins e rendas, Das noites tão baratas, sem valor... Dormindo em vários quartos, ruas, tendas
Porém, vaidoso, penso sedutor, Te trago novamente tantas prendas, E tenho o teu prazer...Um sonhador Que em risos e mentiras já desvendas...
Meias verdades, camas e desejos. O sol quando renasce já te expõe E a dura solidão me recompõe.
Marcada a minha boca pelos beijos, Mergulho no vazio desta vida, Mas amo-te demais assim, querida....
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Eu bem que mostrei, linda essa janela, Nos olhos tristes guardas um segredo A lua que roubei será só dela, O barco naufragou, perdi meu medo,
Nas mortes que te dei, só peço a vela, No mundo sem destino, meu degredo. O sino que batendo me interpela, Não quero que me diga: ainda é cedo.
Eu bem que mostrei, vastas amplidões Secreto plano: amores sem cifrão, Não peço nem espero soluções
Apenas me sobrou meu violão. Amores encomendo mil poções. O resto que me deste vai ao chão!
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Eu beijo o teu retrato, falso quadro Que um dia fez da vida apenas isso. Num vício que sonega todo viço, A vida foi perdendo o seu esquadro.
Um barco que se entrega à tempestade Levado pelas ondas ao vazio. Fugindo sem saber do desafio Ancora noutro cais. Iniqüidade...
Quem dera, mas talvez melhor ser nada. A morte tanta vez anunciada Guardada como trunfo nos meus bolsos.
A casa que se perde sem embolsos, Exprime o que sobrou desta ilusão, Condena o sentimento à implosão...
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Eu beijo intensamente, o corpo em brasa, Tentando desfrutar de cada ponto Tal qual se fosse assim a minha casa, Depois de tanto amor, ficando tonto,
Deitando sobre ti, na cama ou solo, Fazendo deste ardor, nosso estribilho, Beijando mansamente seio e colo, Voraz, o bom caminho, eu vou e trilho...
Deixando sem defesas, adivinho Vontades insensatas, generosas, E sorvo devagar, bebo este vinho Derramado de ti quando tu gozas...
E vamos como dois adolescentes No amor que nos invade quais dementes....
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Eu beijo cada beijo que desejo No ensejo de ser teu amor sobejo Enquanto em poesia eu sempre vejo O gozo que em teus olhos antevejo.
Seguindo nossa vida sem ter pejo, No verso que me trazes, o trovejo Do sonho que em loucuras relampejo, Destino do teu lado, assim, tracejo.
Delírios incontidos, se eu prevejo, Permitem que se mostre num latejo O beijo que me deste. Assim almejo
Além de um simples canto em realejo, Falando de um passado sem traquejo, Dizendo deste beijo, meu desejo... Marcos Loures
99
Eu bebo toda angústia em perdição No quanto que me negas, envenenas. Amor se decifrando em turbilhão, Carícias e mentiras todas plenas.
Apenas o que sonho e não traduzo Encontro nos teus olhos, mil néons, Olhares que distantes reproduzo Momentos tão diversos, vários tons.
Revelas em teus lábios primaveras, Porém depois de tudo, colho invernos. Refém dos desenganos mansas feras Modelos diferentes, mesmos ternos.
Remendos que provocam mil presságios Vagando em tempestades, sei naufrágios..
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Eu bebo em tua boca o farto mel Que há tanto desejei e não sabia. Deveras meu passado em agonia Cobria com terrível, denso véu...
Porém o amor cumprindo o seu papel, Transborda em sentimento e fantasia, Contendo feramente esta sangria, Deixando vislumbrar sublime céu.
Restando ser feliz a quem pensara Ser a felicidade ausente ou rara, Numa alma solitária amarga e triste
Um velho timoneiro vê seu cais, Nos braços tão morenos, sensuais, Podendo acreditar que Deus existe!
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