Os defeitos que há na vida

Data 17/12/2010 00:31:18 | Tópico: Poemas

Quando surge a contrariedade
Num pedaço de qualquer vida
Se esfumam as emoções

São maleitas de um momento
No estalar de uma esperança
Com as devidas proporções

Na busca da felicidade
Há sempre a forma sofrida
E dias de semblante tristonho

O dissipar de um lamento
Um outro passo de dança
Um capítulo de um sonho

Há que manter os pés assentes
No sentido do seu caminho
E na forma de nós sermos

Esquecer factos poluentes
O espantalho do fútil recinto
Espectro de malfadado quadro

Na força dos resistentes
Está o brindar com bom vinho
Pela simplicidade de lermos

Abandonar as mentes doentes
Pelo discernir do branco ou tinto
Em danças místicas num adro

É profusa a verdadeira crença
De uma força inabalável
No auge de qualquer festança

O melhor remédio para a doença
Tornada insuportável
A seguir ao tempo da mudança

A vida reposta em sonho
Pela luz sempre perseguida
Com um brilho por demais intenso

Rigor por vezes medonho
Observado tão de fugida
Que nos deixa o olhar suspenso

Uma bilha feita de barro
Alvoroça-se numa cabeça
Que lhe agita o conteúdo

Mas às vezes remete um escarro
Pelo bem que na vida permaneça
Desde se ser criança até graúdo

António MR Martins

2010.12.16


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