NADA

Data 19/12/2010 15:26:27 | Tópico: Poemas



fotografia de autor:"Corpus"
Autor: Paulo S.
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Como nódoa na imaculada presença do branco
em rasto
negra tinta a dos meus olhos ,ao cair
no que me resta,
como nanquim em desperdício,em fuga,

marca suja , indelével ,tatuada
na pele,ou no papel da tela imensa
infinito sem nome,sem palavra
tinta do meu sangue de vermelho misturada
geometria no espaço caótico da consciência
do ser nada

e por muito que se desenhe o traço lógico
do viver e do morrer,
que se formem ângulos rectos,obtusos,
ou símbolos abstractos em belos desenhos concretos,
por confusos
ou difusos
nada ver.
.
Da beleza que imaginas construir
restarão apenas pedras ,
cinzas a rolar num outro chão
uma antiga grécia comida
e mastigada pelo tempo
um pensamento distorcido
mentes outras
outro sentido
caminho imprevisto
por outras certezas
uma nova estranheza
um sentimento revisto
uma verdade inventada
ou então nem isto.

Nada-

És pedra já,e aqui te tombas rolada
és a minha dura e aguçada aresta
lápide em mim nomeada,
minha escura ,inútil
e sangrenta morada.

Repito:

Como nódoa na imaculada presença do branco
em rasto
negra tinta a dos meus olhos ,ao cair
no que me resta,
como nanquim em desperdício,em fuga,

a marca suja , indelével ,tatuada
na pele,ou no papel da tela imensa
infinito sem nome,sem palavra
tinta do meu sangue de vermelho misturada
na geometria no espaço caótico da consciência

do SER
NADA.


e ao tudo deste nada pertencer.



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