«« Feira ««

Data 20/12/2010 17:41:51 | Tópico: Poemas

Uma pedra á outra pergunta
Por rebolas assim
Se não rebolar ai de mim, ai de mim
Tenho que ser ligeira e astuta

Eu pergunto ao vento
Porque nem vejo a arena
Sou actor fora de cena
De um palco todo ele cinzento
Porque desisti de chorar
Ao ver pedras a rolar
Porque passo apressada
Folgada ou cansada
Já nada vejo para o lado
Se está certo ou está errado
O rebolar apressado
Da virtude ou do pecado
Porque á dor fico impune
Não creio que esteja imune
Só estou de cara tapada
Para uma cena esfrangalhada
Pelo repetitivo funesto

Assim caminho na rua
Tal como pedra nua
De sentimentos, emoções
Já não ouço canções
De festas hilariantes
Nada é como dantes
Embora de barriga cheia
Estou vazia como colmeia
Da qual se foi o enxame
Virei pedra no certame

Da feira que é a vida

Antónia Ruivo
http://porentrefiosdeneve.blogspot.com/
http://escritatrocada.blogspot.com/


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=166941